SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Terminou sem acordo a nova audiência de conciliação feita entre empresas e funcionários responsáveis pela limpeza urbana de mais de cem cidades paulistas. A região do ABC, porém, deve ter a paralisação encerrada ainda nesta terça-feira após um encontro entre prefeitos e o sindicado regional. A paralisação dos garis começou no último dia 23 e, segundo a Femaco (federação dos trabalhadores de limpeza), tinha a adesão de 30 mil trabalhadores de 130 cidades. Ao todo, eram 17 sindicatos – todos com data-base em março – parados. Cidades como São Paulo e Campinas têm data-base em setembro e, por isso, não participam da atual negociação de reajuste. Após outras audiências de conciliação terem terminado sem acordo, as empresas de limpeza urbana aumentaram, nesta terça, em novo encontro no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), a proposta de aumento, de 7,68% para 8,5%. Os trabalhadores, que pedem 11,73%, rejeitaram a proposta. Uma nova reunião acontecerá na próxima segunda (6). Paralelo ao encontro no Tribunal, os prefeitos da região do ABC se encontraram com o sindicato regional na tarde desta terça e propuseram um reajuste de 9,5% sobre salários e benefícios. Foi proposto ainda que os dias parados não sejam descontados – sendo as horas compensadas posteriormente em até 50% – e ficou garantido o emprego de todos por 90 dias. A proposta ainda será apresentada aos trabalhadores em assembleia, mas tanto o sindicato quando as prefeituras apontam que a greve deve ser encerrada e os serviços normalizados entre hoje e quarta-feira (1º). A Prefeitura de Mauá disse, em nota, que os trabalhadores já começaram a retornar ao trabalho. A de São Caetano também afirmou que a greve acabou. A reunião contou com a presença dos prefeitos de Santo André, Mauá, Diadema, Rio Grande da Serra e São Caetano do Sul, além de representantes dos chefes do Executivo de São Bernardo do Campo e Ribeirão Pires. Foi proposto ainda que para a data base de 2016, será aplicado reajuste pelo INPC de 1º/3/2015 a 28/2/2016, com mais 1% de aumento real. O ABC paulista foi uma das regiões mais afetadas pela paralisação. Os municípios da região tiveram acúmulo de lixo em ruas e calçadas e as empresas e prefeituras chegaram a solicitar escolta para caminhões de lixo por medo de piquetes. Em São Caetano o aterro municipal foi fechado por grevistas e o lixo teve que ser levado a um terreno improvisado. A Selur (sindicato das empresas de limpeza urbana) disse, em nota, que “não pode assumir compromisso de proposta superior a 8,5%, uma vez que a situação das prefeituras e empresas dos demais municípios têm realidades econômico financeiras diferentes e não se pode esperar que tenham capacidade para arcar com aumento mais elevado”. O presidente da Femaco, Roberto Santiago, reclamou a postura do sindicato patronal. “Todas as prefeituras [do ABC] estavam dispostas a negociar e a oferecer um percentual mais atrativo aos trabalhadores, mas o patronal não cedia. Prova disso é que acabaram de fechar um acordo de 9,5%, enquanto o Selur, até o presente momento, insistia aos 7,68% e só agora avançou aos 8,5%. As negociações com as demais cidades vão continuar na semana que vem”, afirmou ele, em nota.