SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Pirelli anunciou nesta quarta-feira (1) que estuda a possibilidade de realizar um lay-off (suspensão temporária de contratos) de cinco meses para aproximadamente 1.500 funcionários das quatro fábricas que opera no Brasil -Santo André e Campinas, em São Paulo, Gravataí, no Rio Grande do Sul, e Feira de Santana, na Bahia.
O lay-off, ainda negociado entre a Pirelli e o sindicato da categoria, terá início no final do mês, caso seja confirmado.
A fabricante de pneus alega que o lay-off serviria para “adequar o nível de produção à demanda atual e futura do mercado”.
MERCADO EM QUEDA
As incertezas na economia atingiram em cheio o mercado de automóveis, que acumula retrações desde o ano passado. No 1º trimestre deste ano, houve queda acumulada de 17%.
Na comparação de 2014 com 2013, a queda nos emplacamentos de carros de passeio e comerciais leves foi de 7,4%, a maior queda percentual desde 2002.
ITALIANA, MAS DE CHINESES
O anúncio do possível lay-off ocorre uma semana após a Pirelli ser comprada pela estatal chinesa China National Chemical Corp. (ChemChina), que já atua no setor petroquímico e pneumático.
O acordo, acertado com os acionistas da Pirelli no domingo (22), é o último de uma série de aquisições na Itália por compradores chineses, que contam com a vantagem do euro fraco no momento em que emergem sinais de que a Europa está saindo de uma estagnação econômica.
Primeiramente, a unidade de fabricação de pneus da ChemChina, a China National Tire & Rubber, comprará os 26,2% que a holding italiana Camfin detém na Pirelli, e depois lançará uma oferta para aquisição do restante das ações.
A oferta será lançada a 15 euros por ação, avaliando o grupo em 7,1 bilhões de euros, excluindo dívida líquida de quase 1 bilhão de euros ao fim de 2014.