SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que a posição do partido em relação ao pedido de impeachment contra Dilma Rousseff será tomada com “cautela e responsabilidade” e de forma conjunta com os partidos de oposição.
Em nota divulgada neste sábado (25), Aécio afirmou que o partido continuará ouvindo juristas a respeito das denúncias contra o governo federal.
A posição do senador vai no sentido oposto à adotada pela sigla na Câmara – o líder do bloco, Carlos Sampaio (SP), havia afirmado nesta sexta (24) que a bancada decidiu já existirem elementos suficientes para propor imediatamente o impeachment de Dilma, não havendo necessidade de aguardar fatos novos ou pareceres jurídicos.
“Sampaio cumpre corretamente seu papel ao externar a já conhecida posição da bancada da Câmara sobre impeachment […], mas a definição do PSDB enquanto partido será tomada com a cautela e responsabilidade que têm pautado nossa posição até aqui”, disse Aécio.
Nesta sexta (24), Sampaio afirmou que comunicaria a Aécio na terça-feira (28) a posição dos deputados tucanos, com a apresentação do pedido de impeachment no mesmo dia ou no dia seguinte, quarta-feira (29).
“O que vou dizer ao Aécio é que na visão da bancada não tem mais o que aguardar. A Câmara é quem decide sobre a abertura do impeachment, então o protagonismo tem que ser da bancada da Câmara. Ela tem que tomar uma decisão e a decisão já foi tomada: o impeachment é cabível e não temos que aguardar mais nenhum parecer”, afirmou.
RECUO
Aécio chegou nos últimos dias a subir o tom contra Dilma e a indicar que o partido encabeçaria o impeachment. Mas acabou recuando após o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador José Serra, entre outros, manifestarem opinião contrária ao pedido de impedimento neste momento.
O presidente do PSDB encomendou uma análise técnica sobre o tema, mas o jurista Miguel Reale Júnior pediu um prazo maior para elaborá-la. Segundo Carlos Sampaio, isso não é necessário porque a bancada na Câmara já tem pronto o pedido, que é baseado principalmente na suposta responsabilidade de Dilma sobre o escândalo na Petrobras e sobre as chamadas “pedaladas fiscais”, as manobras realizadas pelo Tesouro para fechar as contas públicas.