O PSDB do Paraná ainda se divide sobre a formulação ou não de um pedido de impeachment para retirar a presidente Dilma Roussef (PT) do cargo. Enquanto o governador Beto Richa (PSDB) se posiciona contra o impeachment por não acreditar que exista um motivo real para a destituição da presidente (a exemplo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso), o líder da Oposição no Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR), não tem dúvidas de que o atual governo tenha que ser interrompido por um pedido de impeachment provocado pela gestão equivocada e pelas manifestações populares em todo o Brasil. De acordo com ele, prova disto seria a pesquisa Datafolha que mostrou que 63% dos brasileiros querem a instauração de um processo de perda de mandato para a presidente. 

Não podemos é ignorar o apelo que vem das ruas e a aspiração popular, disse o senador, que acompanha o pensamento do ex-candidato a presidente e ex-governador Aécio Neves.

Alvaro destacou que a classe política brasileira não pode ficar fora dos debates das ruas. Se antes eu achava que a oposição não deveria participar dos protestos, agora eu acredito que ela precisa ir para as ruas. A população cobra a nossa presença, portanto não vejo motivo para nossa ausência nas manifestações. Nós devemos sim comparecer aos protestos para exigir, junto com o povo, mudanças radicais para melhorar o Brasil, pontuou. Para o senador, o governo não tem dado respostas para a sociedade, o que tem aumentado a insatisfação popular.

Aécio Neves chegou nos últimos dias a subir o tom contra Dilma e a indicar que o partido encabeçaria o impeachment. Mas acabou recuando após o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador José Serra, entre outros, manifestarem opinião contrária ao pedido de impedimento neste momento. Aécio encomendou uma análise técnica sobre o tema, mas o jurista Miguel Reale Júnior pediu um prazo maior para elaborá-la.