Após serem despedidos sem aviso prévio, com férias vencidas e sem qualquer acerto de FGTS ou direito a seguro desemprego, motoristas e cobradores da empresa Araucária realizaram protesto nessa segunda-feira (27) em frente à empresa. A partir de hoje, os trabalhadores montam acampamento ao lado do terminal de ônibus da cidade de Araucária, que deverá ser mantido até o dia 4 de maio, data marcada para realização de audiência de conciliação na 1ª Vara do Trabalho da cidade. Segundo os trabalhadores, se o pagamento das verbas indenizatórias não ocorrer, paralisações no transporte coletivo da cidade podem acontecer.

Em janeiro, a empresa já havia alegado à Urbs não ter caixa para pagar funcionários, combustível e outras despesas essenciais ao desenvolvimento de sua atividade econômica. A Prefeitura de Araucária, responsável pelo transporte público da cidade, ainda não se manifestou sobre a manutenção da concessão que outorga o direito à empresa de usufruir do transporte público da cidade perante declaração de capacidade econômico-financeira. A empresa continua a atrasar os vales salariais periodicamente, um dos principais motivos pelas greves que aconteceram este ano.

Recentemente, com funcionários do setor de escritório e manutenção que a empresa também despediu sem aviso prévio e qualquer tipo de acerto previsto nas leis trabalhistas, a empresa realizou acordo em que se propunha a pagar parceladamente as verbas indenizatórias, no entanto, no segundo mês os pagamentos voltaram a não ocorrer.

Trabalhei durante 19 anos na empresa. Não é uma questão de conciliação, a empresa deveria ter cumprido a lei e pelo menos ter nos avisado da despensa com 30 dias de antecedência. Agora precisamos no mínimo do FGTS, para ter como comer e pagar o aluguel que já venceu há muito tempo, conta o motorista Arnoldo Ferreira dos Santos.

O presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores, Anderson Teixeira, afirma que a Prefeitura de Araucária deve se posicionar sobre o impasse. Nós temos uma empresa que diariamente recebe dinheiro à vista dos usuários do transporte coletivo, mas não paga em dia os seus trabalhadores. Se ela declara que não tem capacidade financeira para atuar, é responsabilidade do Prefeito garantir que a empresa que atua no transporte coletivo da cidade cumpra com suas obrigações trabalhistas, explica Teixeira.