SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os seis principais reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo registraram recuo em seus níveis de água. Um dos motivos é a falta de chuva na região da cabeceira dos sistemas, principalmente no do Cantareira, somada ao tempo seco dos últimos dias.
O tempo seco é consequência de um bloqueio formado por um sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre grande parte do país. Segundo meteorologistas do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências, da prefeitura), as madrugadas continuam frias e as tardes quentes, o que provoca baixa umidade do ar.
O Cantareira, o maior da Grande SP e em situação mais crítica, opera com 14,3% da capacidade após recuo de 0,1 ponto percentual, de acordo com balanço da Sabesp divulgado nesta segunda-feira (3).
O Cantareira abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.
MEDIÇÃO DO CANTAREIRA
O percentual usado na medição do sistema Cantareira tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas).
Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total -sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água. Essa é uma das três metodologias que a Sabesp usa atualmente para divulgar o volume do reservatório.
OUTROS RESERVATÓRIOS
O sistema de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 71,1% da capacidade após recuar 0,5 ponto percentual em relação a medição anterior.
Já os níveis dos reservatórios Alto de Cotia e Rio Grande recuaram 0,3 ponto percentual, cada um, em relação ao índice anterior. A reserva de Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, opera com 60,5% da capacidade. Já a de Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 88,5% da capacidade.
O reservatório de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 75,6% da capacidade após recuar 0,2 ponto percentual em relação ao índice anterior.
O sistema Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, opera com 17,9% da capacidade após recuar 0,1 ponto percentual.
No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).
A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.