JULIA BOARINI, JULIANA GRAGNANI, ANDRÉ MONTEIRO E ADRIANO QUEIROZ SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Estou tentando me acostumar com essa vida que ele quer levar. Ele já ficou um ano e três meses na Fundação Casa por sequestro, saiu faz um mês por bom comportamento.” A fala é da mãe de um dos adolescentes apreendidos por suspeita de envolvimento na tentativa de assalto a Alexandre Simão de Oliveira Cardoso, 28, estudante de letras baleado nesta terça-feira (1º) na USP. “Eu sou assaltada direto. Eu falo para meu filho: se você é o assaltante, eu sou a vítima”, disse a mãe do adolescente de 16 anos. Ele e outro de 17 anos foram apreendidos fugindo a pé, já fora da universidade.

Um terceiro menor foi encontrado em um ônibus com um revólver calibre 22. “Pensei que ele estava na escola, mas aí passou o horário dele chegar e nada. Saí na rua pra ver e me falaram que ele tinha sido preso pela Rota assaltando na USP”, disse a mãe do menor, que cursa a 7ª série do ensino fundamental e mora apenas com a mãe na favela São Remo.

CRIME

Cardoso foi abordado pelos criminosos por volta das 21h, quando se dirigia para seu carro, próximo à FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Segundo testemunhas, ele teria corrido dos criminosos, que dispararam contra o estudante. O estudante passou por cirurgia no HU (Hospital Universitário). Nenhum órgão foi atingido pelo disparo e o estado de saúde da vítima é estável.