GUSTAVO URIBE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Sem responder na segunda-feira (31) a nenhuma pergunta feita pela CPI da Petrobras, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu deverá encarar um novo depoimento nas próximas semanas.
Em acordo firmado nesta quarta-feira (2), os membros da CPI dos Fundos de Pensão pretendem aprovar em sessão deliberativa marcada para quinta-feira (3) a convocação do petista para prestar esclarecimentos.
Além dele, devem ser chamados o lobista Milton Pascowitch e o empreiteiro da Engevix Gerson Almada, indiciados como o petista por suspeita de desvios em contratos da Petrobras investigados pela Operação Lava Jato.
Em relatório divulgado nesta terça-feira (1), a Polícia Federal aponta que a Jamp Engenheiros Associados, que pertence ao lobista, fechou dois contratos que somam R$ 3,4 milhões com a Engevix relacionado ao levantamento de fundos de previdência e obtenção de recursos junto a fundos de pensão.
Em depoimento, o lobista afirmou que a Jamp realizou em 2011 repasse de R$ 1 milhão à empresa JD Assessoria e Consultoria, que pertence ao petista, e que pagou despesas pessoais do ex-ministro e de seus familiares com dinheiro recolhido de contratos de fornecedores prestadores de serviços da Petrobras.
Um dos contratos presentes no relatório da Polícia Federal é de assessoria para a Desenvix, que pertencia até julho deste ano ao grupo Engevix e que tem como um de seus acionistas o Funcef, fundo de previdência da Caixa Econômica Federal, que detém participação de 18,7% da empresa.
Em 2009, a Funcef realizou investimento de R$ 260,67 milhões no fundo de investimento em participações da Desenvix. Segundo auditoria interna da empresa, a qual a comissão de inquérito teve acesso, procedimentos importantes, no entanto, “não foram observados no momento da avaliação inicial do investimento”.
Além do petista, a CPI dos Fundos de Pensão pretende convocar no mês que vem o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, preso no rastro da Operação Lava Jato.
A comissão quer que ele preste esclarecimentos sobre a Sete Brasil, empresa da qual foi diretor e que, segundo ele, replicou o esquema de corrupção da Petrobras.
A empresa, criada pela estatal para administrar sondas do pré-sal, tem como sócios fundos de pensão de empresas estatais, como da Caixa Econômica Federal e da Petrobras.