SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Rússia disse neste sábado (3) que aumentará os bombardeios na Síria e que pretende cooperar com todos os países interessados após conduzir mais de 60 ataques em 72 horas no país.

“Não apenas daremos continuidade aos ataques como também elevaremos sua intensidade”, disse Andrei Kartapolov, subchefe do Estado-Maior do Exército da Rússia, segundo a agência de notícias RIA. O general afirmou à imprensa local que, desde o início da intervenção militar russa na Síria, na quarta-feira (30), o país efetuou mais de 60 voos e destruiu mais de 50 alvos do EI.

“Os serviços de inteligência informaram que os guerrilheiros abandonaram os territórios sob seu controle. Cerca de 600 mercenários deixaram suas posições e tentam chegar à Europa”, afirmou Kartapolov. “Em três dias conseguimos minar a base técnico-militar dos terroristas e também reduzir em grande medida seu potencial de combate”, continuou.

Kartapolov destacou que os caças, bombardeiros e caças-bombardeiros russos “lançaram ataques 24 horas por dia desde a base aérea de Jmeimim (perto de Latakia) até o interior do território da Síria”. Ele ressaltou que os alvos russos são os centros de comando, arsenais, armazéns de munição e explosivos, fábricas de armas, redes de comunicação e campos de treinamento dos grupos terroristas jihadistas.

Na sexta-feira (2), a coalização liderada pelos EUA pediu que a Rússia parasse de atacar os rebeldes sírios e concentrasse seus esforços para enfraquecer o EI. Moscou admitiu que tem outros alvos além do Estado Islâmico, mas negou que seus ataques têm acertado rebeldes sem ligação com o terrorismo.

A guerra civil na Síria já deixou mais de 250 mil mortos e forçou o deslocamento de 11 milhões de pessoas em quatro anos e meio. O EI declarou em agosto de 2014 um califado em áreas da Síria e do Iraque, onde impôs um regime fundamentalista.