DÉBORA ÁLVARES E RANIER BRAGON
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tenta mais uma vez articular a derrubada da sessão do Congresso Nacional para analisar os vetos da presidente Dilma Rousseff a projetos da chamada pauta-bomba.
O peemedebista está reunido no gabinete da presidência com aliados desde as 11h. A estratégia é, mais uma vez, não deixar que se atinja o quorum para votação, como ocorreu na terça (6).
A sessão desta terça caiu porque, passado o prazo regimental, apenas 196 deputados, dos 257 necessários para iniciar deliberações, haviam registrado presença no painel.
Enquanto isso, desde cedo, governistas ligam para deputados da base aliada para pedir comparecimento no plenário. O Palácio do Planalto também está atuando para evitar um segundo dia de derrota para o governo desde o início da manhã.
Nos bastidores, contudo, até mesmo líderes de partidos aliados dizem achar estranha a pouca movimentação na Casa em plena quarta-feira, dia de maior movimento.
A sessão desta quarta estava marcada para as 11h30. Às 11h56, houve quorum mínimo para abrir os trabalhos: 86 deputados e 14 senadores.
Passada essa etapa, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), pode aguardar outros 30 minutos, com a sessão aberta para que o quorum se complete, e em seguida, suspender pelo mesmo período, para atingir o número de parlamentares necessários para deliberar -257 deputados e 41 senadores.
Todo esse rito procedimental foi seguido ontem quando, mesmo após ceder sete ministérios para o PMDB, maior partido da base aliada, o governo não conseguiu garantir presença majoritária no plenário. Quase metade da bancada do PMDB da Câmara, inclusive, deixou de comparecer.
Entre os vetos da pauta-bomba que o governo tenta manter está o que barrou o reajuste médio de 59,9%, nos próximos quatro anos, para os servidores do Judiciário, com impacto de R$ 36 bilhões até 2019.