A família de antas (Tapirus terrestris) do Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), de Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu (PR), ganhou um novo integrante no último dia 17 de outubro. O pequeno mamífero, macho, com pelagem rajada que lembra uma melancia, nasceu com cerca de 8 quilos e está muito bem de saúde.

Na sexta-feira (29), o animal subiu na balança pela primeira vez e praticamente dobrou de peso, com 16 quilos. A espécie, porém, é de grande porte e pode crescer muito mais, alcançando até 300 quilos e 201 centímetros de comprimento.

Com o filhote, o refúgio agora conta com um plantel de nove antas – cinco machos e quatro fêmeas. Esse trabalho de reprodução é importante porque fortalece o nosso banco de reserva genética e nos dá a possibilidade, no futuro, de repovoamento de algumas áreas, explica o médico veterinário Zalmir Cubas, da Divisão de Áreas Protegidas de Itaipu.

No Paraná, segundo o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná (2004), a anta é considerada uma espécie em perigo – embora exista registro de sua presença em áreas como o Parque Nacional do Iguaçu.

O trabalho de reprodução ajuda também na conscientização, no conhecimento da espécie e no esforço de preservação da biodiversidade na Bacia do Paraná 3, área de influência da usina de Itaipu.

Além disso, contribui com pesquisas científicas, como um projeto de avaliação seminal conduzido pelo professor Nei Moreira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Essa pesquisa, que é inédita no mundo com a espécie, existe graças à existência de uma população em cativeiro.

Segundo a bióloga Rosana Pinto de Almeida, de Itaipu, desde que começaram os trabalhos de reprodução de anta, no final da década de 80, já nasceram no refúgio mantido pela usina 12 animais, incluindo um caso raro de gêmeos, em 2011.

Zalmir acrescenta que o período de gestação da anta é longo – 13 meses –, com geralmente apenas uma cria. Por isso, a espécie produz pouco.

Ao nascer, o filhote se alimenta apenas do leite da mãe. Adulto, come frutas, folhas e grama. É uma espécie herbívora, da ordem perissodáctila, como o rinoceronte e o cavalo, e todo ambiente arbustivo é bom para ela, pontua.

A pelagem camuflada, que lembra uma melancia e desaparece em cerca de seis meses, é uma estratégia para se esconder dos predadores, especialmente, a onça.

Cuidados neonatais

Desde que nasceu, o novo mascote do refúgio não desgruda da mãe, em uma área isolada do zoológico. Ali, recebeu todos os cuidados neonatais, como curativo no umbigo, tratamento profilático, medicação e até um chip para monitoramento.

Em três ou quatro semanas, ele poderá ser transferido para um recinto maior, onde irá conviver com seus pais e também grupos de catetos e capivaras.

O animal é filho do casal Antonello e Nina, que chegou ao refúgio ainda bebês, há cerca de cinco anos. A fêmea tem demonstrado ser uma boa reprodutora, com três filhotes.

 

 

 

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