A Secretaria Municipal da Saúde finalizou o Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) em Curitiba e o resultado mostrou baixo risco para infestação do mosquito da dengue. O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (18), revelou que o índice de infestação em Curitiba é inferior a 1%, marca considerada satisfatória pelo Ministério da Saúde.

Esse índice significa menos de uma casa infestada para cada cem pesquisadas. Ao todo, foram visitados 22.270 imóveis pelos agentes de controle de vetores, o que corresponde a 86% da meta prevista – que era de 25.852 imóveis.

A coordenadora do Programa Municipal de Combate à Dengue, Juliana Martins, explica que o período foi bastante chuvoso, situação que prejudicou o trabalho de campo em vários dias, atrasando inclusive o término da atividade. O LIRAa é uma pesquisa que segue a metodologia do Ministério da Saúde e contempla todos os bairros da cidade, salienta.

Durante o levantamento, o único foco do mosquito foi encontrado no bairro Jardim Botânico. Juliana ressalta, no entanto, que o bom resultado do LIRAa não é motivo para a população relaxar nos cuidados de prevenção ao mosquito da dengue. De janeiro até agora, foram encontrados 529 focos do mosquito Aedes aegypti em Curitiba, o que representa um acréscimo de 59,8%% no número de focos em comparação com todo o ano de 2014, quando foram registrados 331 focos ao longo dos 12 meses. Este ano, a Secretaria Municipal da Saúde também confirmou três casos autóctones de dengue, ou seja, de pessoas que foram contaminadas dentro da cidade.

Segundo ela, o LIRAa faz um mapeamento em imóveis residenciais e comerciais. Já na rotina dos agentes de combate à dengue está ainda o monitoramento de pontos estratégicos que podem se transformar em potenciais locais de concentração do mosquito, principalmente em períodos longos de chuva. É o caso de borracharias, depósitos de ferro velho, oficinas mecânicas, barracões de materiais recicláveis, entre outros.

Em residências, os cuidados incluem não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, latas, cisternas, sacos plásticos e lixeiras.

O secretário municipal da Saúde, César Monte Serrat Titton, destaca que a população tem um papel fundamental nas medidas de controle do mosquito da dengue, através dos pequenos cuidados adotados diariamente. A prevenção e as medidas de combate exigem a participação e a mobilização de toda a comunidade, com a adoção de medidas simples, evitando locais com acúmulo de água, que são propícios para a criação do mosquito. Caso contrário, as ações isoladas poderão ser insuficientes para acabar com os focos da doença.

Outras doenças

Titton lembra ainda que os cuidados para evitar a proliferação do Aedes aegypti ajudam ainda a controlar outras duas doenças, recém-chegadas ao Brasil: a febre chikungunya e a zika.

Assim como a dengue, essas doenças são transmitidas pela fêmea do Aedes aegypti, que costuma ser infectada ao picar um doente. Infectado pelo vírus, o inseto pode transmiti-lo para outras pessoas ao longo de sua vida, que dura cerca de 30 dias. A febre chikungunya e a zika também são transmitidas por outras espécies de Aedes, como o Aedes albopictus, que também é encontrado em Curitiba.

Dicas de prevenção

• Lave diariamente o pote de água dos animais de estimação;

• Caso tenha pneus velhos em casa, guarde-os em locais secos e cobertos;

• Garrafas vazias devem ser guardadas com o gargalo virado para baixo;

• Caixas d’água, cisternas e reservatórios devem ser mantidos bem tampados;

• Escorra a água dos vasos de flores e preencha os pratinhos com areia;

• Mantenha o lixo ensacado e vedado, até o momento da coleta;

• A piscina deve ser mantida limpa e com água tratada;

• Calhas, telhados e rebaixos de banheiros e cozinhas devem ser limpos periodicamente, para evitar o acúmulo de água.