MARIANA CARNEIRO
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, voltou a dizer nesta terça à noite (24) que espera que o Brasil reveja sua opinião sobre a Venezuela.
Em entrevista ao canal de TV “Todo Notícias”, o novo mandatário argentino afirmou que a defesa dos direitos humanos deve ser um compromisso de todos os políticos da região.
“Espero que o Brasil reveja sua posição, pois para mim está mais do que claro que a Venezuela não respeita a democracia”, afirmou Macri.
O novo presidente da Argentina reforçou que levará a proposta de acionar a cláusula democrática do Mercosul contra a Venezuela na reunião de presidentes em Assunção, no próximo dia 21. Ele defende que os políticos presos pelo governo de Nicolás Maduro sejam libertados.
Se a cláusula for aprovada em unanimidade por todos os países-membros, a Venezuela pode ser suspensa do bloco.
Macri aproveitou para elogiar sua futura chanceler, Susana Malcorra. Formada em engenharia elétrica, ela trabalha nas Nações Unidas desde 2004. É chefe de gabinete do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e era uma das cotadas para sucedê-lo em 2016.
Macri disse que conversou com ela no último sábado, antes da eleição. Malcorra ainda estava em dúvida, contou ele, mas aceitou o convite.
“Ela detém um nível de conhecimento que agrega valor ao nosso país”, disse Macri, acrescentando que ela é um dos argentinos mais destacados do mundo atualmente no meio diplomático.
TRANSIÇÃO
O eleito falou pouco sobre o encontro que teve a portas fechadas com a presidente Cristina Kirchner nesta terça, na residência oficial de Olivos.
Aparentando desconforto, ele afirmou que o encontro “não valeu a pena” e que Cristina não aceitou destacar pessoas para transmitir à sua equipe informações que ajudem na transição de poder.
Macri adiantou, porém, que Cristina lhe disse que participará de sua posse e lhe passará a faixa presidencial, no próximo dia 10 de dezembro.