A greve de motoristas e cobradores de Curitiba e região, que começaria à zero hora de hoje por causa do não pagamento da primeira parcela do 13º salário, deve ser apenas parcial. Ontem, parte dos trabalhadores teve a parcela do benefício depositada. De acordo com as informações do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) dos três consórcios que atuam no transporte coletivo da Grande Curitiba, o Pioneiro não teria conseguido pagar os valores até o fim da tarde. Formado pelas empresas Viação Cidade Sorriso, Viação Tamandaré, Auto Viação São José dos Pinhais, e CCD Transporte Coletivo, o consórcio atende a região Sul da cidade, a mais populosa.

Ontem à tarde, representante dos trabalhadores, empresários e Urbs tentaram pôr fim a paralisação em um audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT-PR). A Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) não participou da reunião. Foram mais de 10 horas de discussões.
A fim de tentar evitar a paralisação, a Prefeitura de Curitiba, fez um depósito de 1,6 milhão ontem, e prometeu outro — de R$ 900 mil — até o meio-dia de hoje. Esse valor equivale ao adiantamento dos valores que seriam pagos referente as passagens de ônibus. Outros R$ 2,5 milhões também foram repassados às viações, mas esse montante corresponde ao fluxo de caixa habitual — o pagamento que cairia nas contas das empresas amanhã foi feito ontem.

Atraso — Apesar deste repasse, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) enviou uma nota no começo da noite de ontem, informando que os valores chegaram após o expediente bancário e, por isso, as empresas não teriam conseguido pagar integralmente o 13º.
A greve foi aprovada em assembleia realizada pelo Sindimoc na ultima sexta-feira, depois que o Setransp divulgou que estaria sem recursos para pagar a primeira parcela do 13º salário. De acordo com as informações da assessoria de imprensa da Urbs, neste mesmo dia, a companhia entrou com uma ação na Justiça para garantir frota mínima de ônibus rodando na cidade.
As empresas também ameaçavam ter que demitir até dois mil trabalhadores para conseguir colocar o caixa em ordem.