Em um ano em que de greves nas Instituições Federais, constantes substituições de Ministros da Educação e atrasos nos repasses aos programas de educação, as notícias positivas na área de educação vieram de projetos de Educação Profissional liderados por grupos historicamente competentes.
Em agosto, o maior evento de educação profissional já realizado no país, o World Skills – São Paulo 2105, ocupou todo o parque do Anhembi. A Olimpíada de Desempenho Profissional contou com a participação de mais de 1.200 jovens de mais de 60 países.
No evento, em que foram avaliadas mais de 50 qualificações profissionais em seis áreas de conhecimentos (Moda e Criatividade, Serviços, Tecnologia da Informação e Comunicação, Tecnologias de Manufatura e Engenharia e Transporte e Logística), a delegação brasileira conquistou o primeiro lugar, à frente de países que possuem desempenhos históricos excelentes, como China, Japão, Áustria, França e Suíça. Foram 27 medalhas: onze de ouro, dez de prata e seis de bronze.
Em Outubro, foi a vez do Centro Paula Souza, gestor das ETECs (Escolas Técnicas Estaduais) e FATECs (Faculdades de Tecnologia), apresentar para a comunidade nacional sua feira de projetos, desenvolvidos para solução de problemas apresentados aos alunos relacionados a dificuldades das comunidades e dos setores produtivos.
Os alunos das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatecs) apresentaram 244 projetos. Havia ainda quinze projetos de outros países (Argentina, Costa Rica, Colômbia, México, Peru, Guatemala e Polônia) e cinco de outros Estados (Amazonas, Bahia e Mato Grosso do Sul). Criados no ambiente acadêmico, inovações foram apresentadas a líderes de doze segmentos, como indústrias, empresas de TI, saúde, entre outras áreas.
Essas iniciativas tornam-se ainda mais importantes num ano em foram reduzidos os investimentos por parte da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) em projetos de pesquisas e quando o programa Ciências sem Fronteiras foi quase que encerrado. Sem obter novas participações, sofreu também com atrasos nos repasses para custeio dos alunos em seus programas de estudos internacionais.
É preciso destacar que essas ações, mantidas e desenvolvidas por instituições como SENAI e Centro Paula Souza, ocorrem mesmo com todas as dificuldades vividas por conta dos atrasos nos repasses de recursos do governo. Apostar e acreditar na educação faz a diferença, principalmente quando tratamos da educação que vincula o saber ao fazer no mundo do trabalho.

Francos Borges é consultor da Fundação FAT em Gestão e Políticas Públicas voltadas à Educação