MARCELA BALBINO
RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – Participando do mutirão organizado pelo governo federal contra o mosquito Aedes aegypti, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campelo, foi cobrada por moradores do Recife por ações mais efetivas, como mais rapidez na elaboração da vacina contra o vírus da zika.
A ministra percorreu dois bairros da capital pernambucana e passou pelo Sítio Histórico de Olinda para ver de perto duas ações executadas pela secretaria de saúde do município no monitoramento dos focos do mosquito.
Logo na primeira casa visitada, a costureira Rosali Ferreira, 47, não escondeu a insatisfação. Ela mora com dois filhos e o marido e todos na casa, exceto ela, tiveram dengue.
Durante a conversa com a ministra, a moradora disse que a ação era importante, mas que não passava de paliativo. “Eu entendo o papel de vocês, mas o mosquito se adapta com muita facilidade e acredito que é preciso focar na vacina”, disse.
Ferreira reclamou ainda da falta de testes rápidos para diagnosticar a presença do vírus.
Acompanhando de longe o evento, a dona de casa Maria José Gomes da Silva, 58, levou o neto Gabriel, 3, para ver a atuação dos militares. Para ela, a forma como o combate é feito não é efetiva.
Segundo a moradora, em pouco tempo os focos reaparecem. “Eu faço na minha casa, mas outros relaxam e como fazemos? Por isso, acredito que é preciso acelerar nessa vacina”, disse.
Hélio Coutinho, que mora há 33 anos na região, cobrou da ministra a presença das autoridades nas áreas carentes da região, às margens do canal de Guarulhos. “Passar nessas ruas é muito fácil, porque estão todas bonitas e pavimentadas. Por que não fazem essas visitas na margem do canal?”
A ministra rebateu as críticas, dizendo que todos deviam fazer sua parte e que dois terços dos focos do mosquito estão nas residências. Quanto à vacina, ela disse que é preciso atuar em todas as frentes.
“Se ainda não temos a vacina, vamos vencer [a dengue] mesmo sem ela”, disse.
Na passagem da ministra pelo Coque, a maior cobrança dos moradores foi por saneamento. Em uma das casas visitadas, o mau cheiro exalava pela rua e a moradora Elza Fernandes, 56, pedia atenção ao problema.