SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A guarda costeira do Japão retomou nesta semana as buscas subaquáticas para tentar encontrar os corpos das cerca de 2.500 pessoas que ainda estão desaparecidas desde o terremoto que atingiu o país em 11 de março de 2011.
Seis mergulhadores entraram na baía Hirota, nesta quinta-feira (10), em águas com temperaturas próximas a 0ºC.
As buscas foram retomadas temporariamente após pedido de familiares de desaparecidos na cidade de Rikuzentakata.
Com a reconstrução da região ganhando ritmo, trechos da baía foram recuperados para a construção de diques.
Com isso, parentes temem que os restos mortais de desaparecidos sejam enterrados para sempre.
“Algumas pessoas me perguntam: ‘você realmente quer se apegar a isso para sempre?'”, disse Chikara Yoshida, 81, que perdeu seu único filho, um bombeiro voluntário de 43 anos de idade que ajudou idosos residentes a escaparem do tsunami.
“Para mim, à medida que me aproximo do fim vida, quero trazê-lo de volta, do jeito que puder. Não importa qual parte dele volte para mim. Mas assim poderei terminar meus dias”, disse.
Com sua filha, Yoshida fez no início do ano um pedido pelo Facebook para que as buscas subaquáticas fossem retomadas. A resposta foi enorme.
Em apenas três semanas, 28.140 pessoas, do Japão e do exterior, assinaram a petição.
A guarda costeira tomou conhecimento da petição e perguntou às famílias de Rikuzentakata o que poderia ser feito.
Os parentes de desaparecidos pediram que fossem feitas pesquisas em áreas onde mergulhadores dizem que objetos tendem a se acumular, pensando que ali as buscas poderão ser frutíferas.
A guarda costeira fez buscas nas águas de Minamisanriku nesta quarta-feira (9) e pretende fazer mais buscas em outra área de Rikuzentakata nesta sexta-feira (11).
Até agora, porém, nenhum corpo foi encontrado.