EDUARDO CUCOLO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O BNDES reduziu as taxas de juros na linha de crédito Exim Pré-Embarque e elevou a previsão de contratação desses empréstimos de R$ 4 bilhões para R$ 15 bilhões, conforme antecipado nesta quinta-feira (14) pela Folha de S.Paulo na coluna Mercado Aberto.

A redução beneficia empresas de todos os portes e foi possível devido à ampliação na participação dos recursos corrigidos pela TJLP (a taxa de juros de longo prazo do BNDES, atualmente em 7,5% ao ano), cujo limite passa de 70% para 100%. A taxa para micro, pequenas e médias empresas, por exemplo, cai de 11,13% para 9,10% ao ano, o que incluiu TJLP mais o “spread” do banco estatal.

A taxa não inclui a margem do banco que repassa os recursos. No conceito do BNDES, se enquadram empresas com faturamento anual de até R$ 90 milhões. O prazo do empréstimo é de 30 meses. A linha vale para exportação de máquinas e equipamentos e também de bens de consumo. Para as demais empresas, a taxa cai para 9,5% ao ano nas vendas de bens de capital. Hoje, está entre 11,53% e 12,88%. Para bens de consumo, o juro passa de 15,75% para 11,53% ao ano.

Também está sendo lançada a linha Exim Pré-Embarque para empresas inovadoras, que havia sido anunciada em janeiro, cuja taxa será de 9,1% ao ano, em até 36 meses. Os recursos são do orçamento atual do banco, que estão sendo remanejados. “É uma redistribuição das disponibilidades do BNDES em direção às áreas em que há acréscimo de demanda”, afirmou o presidente do banco estatal, Luciano Coutinho.

O banco também vai redirecionar recursos para o Moderfrota, para máquinas agrícolas, que deve alcançar R$ 4 bilhões na safra que se encerra em junho deste ano. O ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) afirmou que as mudanças no Pré-Embarque contribuem para incentivar as exportações em um momento em que mais empresas buscam o mercado externo. Foram 1.000 novas empresas exportadoras no ano passado, alcançando 20.000 companhias. Para este ano a previsão é de mais 2.000.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo de Oliveira, disse que a economia só funciona se o canal do crédito estiver dentro de uma normalidade e que o governo continuará a anunciar medidas para tornar mais eficiente o uso de recursos já existentes.