SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Inae (Instituto Nacional de Altos Estudos) promove a partir desta terça (17) o 28º Fórum Nacional. Para enfrentar a crise econômica, social, política e ética do país, o fórum deverá propor o Plano Nacional de Desenvolvimento. De acordo com o ex-ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso, superintendente do Inae, esta é a maior crise já enfrentada pelo Brasil. Das vezes anteriores, não havia recessão, mas agora temos, ou seja, crescimento negativo. As informações são da Agência Brasil.
O Plano Nacional de Desenvolvimento apresenta uma estratégia de desenvolvimento com várias forças propulsoras, de modo a superar a crise e o Brasil voltar a crescer normalmente. Entre essas forças, Velloso citou o verdadeiro ajuste fiscal. Informou que, antes da decisão do Senado de aceitar o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o Brasil tinha 39 ministérios, contra 17 nos Estados Unidos.
Nós temos um Estado executivo, Legislativo e Judiciário gigantescos, completamente fora de tamanho para as dimensões da economia brasileira. Afirmou que, nos últimos 20 ou 30 anos, tinha ministério para tudo. Isso é terrível para os gastos governamentais e impede o investimento. Não havia recursos para investimentos. Segundo o ex-ministro, os gastos correntes e de consumo devem ser o mínimo, para que sobrem recursos para investimento. O governo tem de fazer isso. Se não fizer, não adianta.
A redução de ministérios estabelecida pelo presidente interino Michel Temer, de 39 para 23, foi positiva, disse Reis Velloso. Advertiu, entretanto, que é preciso saber se os ministérios que resultaram da integração de duas pastas, como Educação e Cultura, serão maior do que a soma dos dois.
Para o ex-ministro, somente depois de ficar claro quais são os ministérios e os gastos é que saberemos se realmente foi um avanço, algum tipo de reforma, porque isso tudo tem de ser avaliado.
O plano que será debatido no Fórum Nacional contempla ainda estratégia de desenvolvimento industrial, impulso à infraestrutura, avanços em inovação, de modo que não haja retrocesso no desenvolvimento do país, além de prioridade à reforma política, porque o maior problema do Brasil é político.
O 28º Fórum Nacional se estenderá até 19 de maio. Está prevista a participação dos novos titulares do Planejamento, Romero Jucá, e da Educação e Cultura, Mendonça Filho. Também participarão o ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), presidentes de estatais e entidades representativas do setor privado, acadêmicos e representantes do setor da cultura.
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, falará na abertura do evento, abordando o tema Avançando para o Brasil Desenvolvido. O Fórum será realizado na sede do BNDES, centro do Rio de Janeiro.
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