PAULO SALDAÑA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Mesmo sem receberem uma proposta de reajuste salarial do governo Geraldo Alckmin (PSDB), professores da rede estadual de São Paulo ligados à Apeoesp, principal sindicato da categoria, decidiram adiar a decisão de entrar em greve.
A categoria finalizou por volta das 16h30 desta terça-feira (24) assembleia na praça da República, em frente à sede da Secretaria Estadual de Educação. Os manifestantes seguem em passeata até o Teatro Municipal, também no centro da capital paulista. Cerca de 4 mil pessoas participaram do ato, segundo a Apeoesp.
A principal reivindicação dos profissionais da educação paulista é um reajuste salarial de 16,6%. O governo ainda não sinalizou com uma proposta. A data-base da categoria é 1º de julho. O índice seria a forma de recompor a inflação acumulada desde meados de 2014, quando a gestão Alckmin concedeu o último aumento para os professores.
Segundo a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, foi respeitada a posição dos professores na assembleia. “Vamos continuar pressionando na Assembleia Legislativa pela aprovação do Plano Estadual de Educação, que tem uma meta de valorização profissional”, diz ela. O plano aguarda a votação dos deputados desde o ano passado.
Na avaliação de membros do sindicato, a categoria não deve iniciar greve neste semestre. O processo de reposição de aulas da greve de 89 dias do ano passado ainda está em andamento, o que dificultaria a mobilização a favor da greve.
O sindicato havia decidido pelo indicativo de greve no dia 8 de abril. Em outra assembleia, realizada no último dia 29, a categoria decidiu esperar até esta segunda-feira (23), quando houve reunião dos dirigentes da Apeoesp com o secretário de Educação, José Renato Nalini.
A reunião acabou sem proposta. Até agora, o governo tentou converter o dinheiro do bônus por mérito em reajuste de 2,5% neste ano. Com reprovação da categoria, a medida foi abandonada e o bônus, pago. Sobre reajuste, a proposta é zero por enquanto.