Um dia depois a saída de Romero Jucá do Ministério do Planejamento, abatido pela divulgação das gravações de conversas com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado nas quais falam de um suposto pacto do governo para estancar as investigações da Operação Lava Jato, o presidente em exercício, Michel Temer defendeu a moral pública e avisou que não está em busca de eliminar qualquer investigação apuratória.

Sob pressão da oposição, o presidente em exercício enfatizou em sua fala, sem citar diretamente a Lava Jato, que o seu governo não vai impedir as investigações. Por mais que digam que há um esquema para impedir as investigações, o governo vai sempre incentivá-las. Não queremos isso, não (barrar as investigações). Ninguém quer, assegurou Temer.

O presidente em exercício citou artigo da Constituição Nacional que trata do princípio da moralidade para mostrar o compromisso com a operação. Segundo Temer, não dá para silenciar em relação às afirmações de que o governo quer impedir as investigações.

Ele prosseguiu salientando que, à frente da Presidência, quer cumprir a missão de ajudar a tirar o País da crise. Mas ponderou que isso não ocorrerá em 12 dias, dois meses, três meses. Vamos levar tempo, afirmou. Temer disse também que considerará a sua missão cumprida se conseguir entregar, em 2018, um país com eleições tranquilas. Por isso, ele insistiu na tese da necessidade de pacificação nacional. Precisamos pacificar o País. Não podemos ficar nessa situação, afirmou.

Protestos

Temer demonstrou indignação com os protestos feitos na porta de sua casa, em São Paulo, que teriam deixado assustados e com medo sua mulher, Marcela, e seu filho, Michel, de sete anos. Segundo assessores do presidente em exercício, ele está particularmente irritado com o que ocorreu porque mexer com a família, é inadmissível.