O governo britânico disse ontem que não pretende convocar outro referendo sobre a saída do país da União Europeia (UE). A hipótese de uma nova consulta popular ganhou força nos últimos dias, quando mais de 2 milhões de pessoas assinaram uma petição online solicitando outro referendo. O site petition.parliament.uk chegou a travar com a quantidade de pedidos.
A iniciativa partiu de um cidadão identificado como William Oliver Healy, que pede para os deputados britânicos a implementação de uma norma pela qual, se o voto para sair ou ficar na UE for inferior a 60%, com uma participação de 75%, deveria ser convocado outro referendo.
Na consulta da última quinta-feira, 51,9% dos eleitores votaram para que o Reino Unido saísse da UE, contra 48,1%. A eleição contou com 72% da participação. O Partido Conservador também disse ontem que o novo líder da legenda será apresentado até 2 de setembro, em substituição ao posto de David Cameron, que renunciou devido à derrota nas urnas pelo Brexit (sigla que significa Britain e exit – saída em inglês).
Corte – A agência de classificação de risco Standard & Poor’s reduziu ontem a nota de crédito do Reino Unido de AAA para AA e manteve como negativas as perspectivas do país devido ao resultado do referendo da semana passada. Com a iminente saída de Londres da União Europeia, a S&P decidiu retirar da economia britânica a classificação triple A, a maior de todas. O corte reflete os riscos de uma clara piora nas condições de financiamento e os riscos para as perspectivas econômicas, de orçamento e sobre o papel da libra esterlina como moeda de reserva, explicou a agência.Segundo a Standard & Poor’s, até o quadro constitucional do Reino Unido está ameaçado.