SÉRGIO RANGEL
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Presidente da CPI do Futebol, o senador Romário (PSB-RJ), conseguiu nesta quarta (29) a prorrogação dos trabalhos da comissão por mais seis meses.
O ex-jogador da seleção obteve o apoio de 54 parlamentares no plenário em menos de duas horas. Ele precisava de 27 assinaturas.
Para convencer os senadores, Romário alegou que a CPI estava sendo boicotada pela bancada da bola.
Em abril, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), suspendeu a convocação para depor de Marco Polo Del Nero, comandante da CBF, após votação da comissão. Desde então, a suspensão não foi votada no plenário do Senado.
“Não é necessário adjetivar o quanto essa medida obstruiu o livre funcionamento da CPI. A responsável e séria conclusão dos trabalhos não poderá prescindir desses depoimentos e de outras providências que deles se tornarem necessárias”, justificou o senador no documento assinado pelos parlamentares.
Além de ter suspendido o depoimento de Del Nero, Calheiros invalidou a convocação de Gustavo Feijó, que é vice da CBF.
Em um troca de mensagem obtida pela CPI, Feijó pedia cerca de R$ 200 mil para Del Nero. O cartola respondeu que enviaria. A CBF e nem Del Nero aparecerem como doadores da campanha de Feijó a prefeito de Boca da Mata, no interior de Alagoas.
Além de Feijó e Del Nero, os senadores haviam aprovado a convocação de Ricardo Teixeira, que comandou há CBF por mais de duas décadas, de Marco Polo Del Nero Filho e do empresário Wagner Abrahão, dono do Grupo Águia. O empresário tem uma série de negócios comerciais com a CBF.
Teixeira e Del Nero são acusados pelo FBI de se beneficiarem de um esquema de recebimento de propina na venda de direitos comerciais de competições no Brasil e no exterior.
“Com a nova prorrogação, teremos meses suficientes para concluir, com êxito, essa importante investigação”, comemorou o ex-jogador numa rede social.