Jason Bourne tornou-se um personagem clássico do recente cinema de espionagem. Entre outros motivos, porque é um agente muito bem contextualizado no século 21 — ao contrário de James Bond, por exemplo. As histórias de A Identidade Bourne (2002), A Supremacia Bourne (2004) e O Ultimato Bourne (2007) funcionam bem como uma trilogia. Agora, os produtores resolveram retomar o agente de sua toca. Assim começa Jason Bourne, que estreia hoje em Curitiba.

A grande diferença de Jason Bourne, o filme, é que desta vez o agente interpretado por Matt Damon pelo menos sabe quem é. Ou melhor, sabe que não é mais David Webb. Sumido há vários anos, eis que ele é reencontrado por Nicky Parsons (Julia Stiles), que conseguiu desenterrar alguns segredinhos – entre eles, os que envolvem o pai de David Webb, Robert.

Contudo, ao fazer isso, Nicky despertou a atenção da CIA. Em especial de uma agente, Heather Lee (Alicia Vikander), que comunica ao seu superior, o diretor Robert Dewey (Tommy Lee Jones), uma tentativa de invasão dos sistemas da Agência. A partir daí, o quarto capítulo de Bourne — novamente dirigido por Paul Greengrass — repete as perseguições gato-e-rato dos filmes anteriores em vários lugares do mundo. Não é um demérito; as cenas prendem a atenção até seu desfecho.

A realidade que vem junto com o filme, entretanto, é mais aterradora. Afinal, agente da CIA que se preze nunca é quem diz ser. Eles estão lá para proteger as pessoas ou para vigiá-las? É certo fazer as pessoas abrir mão de suas liberdades em troca de uma promessa de segurança? Jason Bourne mostra que o mundo, dentro de suas paranoias, está cada vez mais monitorado 24 horas em tempo real. Não há como resistir à espionagem.