PAULA REVERBEL SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Se o cientista político argentino Carlos Escudé tivesse feito a prova do concurso de admissão à carreira diplomática do Instituto Rio Branco no domingo (31), teria errado a pergunta sobre a doutrina que ele próprio criou.

Escudé é teórico do realismo periférico, uma corrente das relações internacionais na América Latina que foi tema da prova. Ele contesta o gabarito do concurso. “A resposta oficial […] parte de um viés ideológico contra o RP [realismo periférico]”, escreveu o cientista político em grupo fechado do Facebook que reúne diplomatas e aspirantes à carreira.

Um dos membros do grupo enviou a questão sobre realismo periférico a Escudé, dando início às manifestações do argentino sobre o caso.

“Tive a ideia de mandar a referida questão para que o acadêmico argentino respondesse aos itens. Acreditam que ele erraria o item 2 [da questão], cujo gabarito preliminar foi certo?”, escreveu. “Ou seja: nem o próprio criador da teoria levaria a pontuação máxima no CACD [concurso de admissão à carreira diplomática]”, concluiu.