Viajando para aproveitar férias na Alemanha é a chance de fazer grandes descobertas em termos de lugares históricos, paisagens inesperadas e muito conforto nas mansões e residências de campo transformadas em hotéis de luxo, depois da Segunda Guerra Mundial.

Os meios de transporte são os excelentes trens, as viagens de carro para quem gosta de dirigir em rodovias impecáveis ou estradinhas por pequenos vilarejos no interior. E sempre sobra o avião que, embora faça viagens aéreas curtas, implica em chegar cedo nos aeroportos, fazer deslocamentos entre o centro das cidades e aeroportos distantes, se submeter aos exames (que podem ser invasivos) nos scanners e raios X , onde ficam de plantão funcionários cada vez mais exigentes.


Nem tudo o que se vê é autêntico. Cidades foram arrasadas pelo exército aliado, durante a última guerra mundial. Mas foram reconstruídas, para se transformarem em atração histórica e turística

Viajar de carro tem muitas vantagens: você pode mudar horários, roteiros, destinos, cada vez que encontrar uma cidade que agrade mais, cada vez que a lista de bons restaurantes ficar ainda mais atrativa, cada vez que a paisagem apelar para suas emoções. E não é preciso carregar malas e bagagens, nem enfrentar escadarias, caminhadas por túneis para chegar ao terminal do seu trem, aguardar o antes e o depois da viagem nos aeroportos.

É verdade que as viagens de trens podem ser especiais, principalmente se o passageiro estiver com o bilhete de primeira classe, normalmente adquirido pelos brasileiros, já que os cupons com desconto só podem ser comprados antes de iniciar a viagem, ainda no Brasil. Alguns escolhem viajar em trens noturnos, para economizar tempo, porque dinheiro é o que não será economizado: os bilhetes de um vagão leito têm um bom acréscimo na tarifa, a viagem não é indicada para quem viaja sozinho, – principalmente se for mulher -, e será sempre mais prático procurar um hotel que vai garantir uma cama que não balança, um banho sempre reconfortante, um café da manhã fresquinho. Nem que seja um hotel simples, perto da estação ferroviária. Viajando durante o dia, a vantagem é poder apreciar melhor a paisagem, ler seu livro predileto, ver um filme ou manter contato com amigos pela internet. E poder se deslocar até outros vagões ou simplesmente caminhar um pouco, ajudando a circulação do sangue.


Dresden restaurada (foi uma das mais bombardeadas na Segunda Guerra Mundial) é hoje um dos destinos mais procurados na Alemanha

SE GOSTAR DE DIRIGIR
Por menos tempo que você levaria para chegar de carro até Joinville, terá atravessado fronteiras de países na Europa. Cidades de um mesmo país, como a Alemanha por exemplo, podem ser alcançadas com uma hora de viagem tranquila.

Frankfurt é metrópole financeira da Alemanha. Na parte histórica, destaque para a catedral que, durante séculos, foi local de coroação dos imperadores e reis alemães. O Roemer, atual prefeitura, era onde foram servidos os banquetes dos grandes eventos. É bom saber que todo o centro histórico foi destruído na guerra, e reconstruído igual. No roteiro, a casa de Goethe, a igreja de São Paulo, a Galeria Municipal, na margem do rio Meno, o bairro Sachsenhausen, onde é servida a bebida típica da cidade, o Aepelwol, uma espécie de cidra.

Partindo de Frankfurt, o caminho é Heidelberg, distante uma hora de carro. Um percurso mais longo é pela estrada Bundestrasse 3, o que permite uma parada em Darmstadt, para ver o Mathildenhoehe, um conjunto arquitetônico no estilo Art Nouveau. Atravessando vinhedos, pela Bergstrasse, o destino é Heidelberg.


Arquitetura do passado, belezas históricas, um mundo de arte na Alemanha

Poucas cidades alemãs foram tão influenciadas pelas universidades como Heidelberg. Nos seus mais de 600 anos recebeu poetas e escritores como Goethe, Mark Twain, Victor Hugo. Tabernas e bares vivem lotados de estudantes no bairro antigo.

Seguindo pelo vale do rio Neckar até Neckarsuhn, pega-se novamente a rodovia para chegar a Wurzburg, no norte. Na cidade as atrações são a fortificação de Marienberg, antiga residência da dinastia episcopal, na margem do rio Meno. O que ver: Marienberg, igreja de 706; a residência episcopal, obra prima da arte barroca no sul da Alemanha, com afrescos de Tiepolo e edifícios dos séculos 12 e 13. As tabernas são também históricas, para conhecer os vinhos secos e aromáticos da região, a Francônia.


Arte está em cada praça, esquina, mosteiro, palácio, mansão: uma viagem pela Alemanha vale por muitos anos de estudos

É de Würsburg que se entra na Estrada Romântica, ao longo do vale do rio Tauber, para alcançar Rothemburg. No centro de uma das estradas de comércio no passado, Rothenburg ober der Tauber já era importante no século 11. A cidade tem muitas velhas construções e obras de arte e o turista sempre visita a muralha construída há mais de 700 anos, cercando o bairro antigo. Todos os anos um festival relembra a guerra dos Trinta Anos, em 1631. Há vários museus, destacando o histórico e a antiga manufatura de Rothenburg. Mas o que vale mesmo é apreciar as casas antigas, em enxaimel.

Por uma estrada rural chega-se a Ansbach, onde existe um castelo renascentista reformado no século 18 para o estilo rococó. Pela estrada federal 14, os caminhos levam a Nuremberg. Cidade que foi chamada de pequeno tesouro do império alemão. A primeira menção oficial é de 1050, mas a época de ouro foram os séculos 15 e 16, quando viveram na cidade pintores e escultores como Albrecht Dürer, Veith Stoss, Adam Kraft e o poeta Hans Sachs. Logo abaixo do castelo fica a casa de Dürer, hoje museu. Na praça principal com sua fonte, a igreja de São Lourenço, a igreja de São Sebaldo, o edifício da Prefeitura e o castelo imperial, como visitas turísticas. E tem também a Casa da Salsicha, monumento para o povo local. O que nenhum folheto e campanha turística comenta, é que Nüremberg foi uma das sedes do national solialismus, um dos locais dos primeiros desfiles do exército de Hitler e também sede dos processos dos grandes criminosos de guerra, entre 1945 e 1949. Todos os prédios continuam lá e podem ser visitados.


Pequenos detalhes importam muito na hora de apreciar um novo destino

De Nüremberg a auto estrada (ou a estrada federal) leva para Regensburg. O nome tem raízes na igreja romana de Castra Regina, construída em 179. A partir dos anos 700 se transformou em uma das cidades mais ricas do continente. Entre os edifícios históricos, a capela de todos os santos, na área da catedral, datando de 1550, com afrescos e altar romano. A ponte de pedra tem 350 metros e é obra prima da tecnologia medieval. Mansões e residências aristocráticas foram construídas dentro da cidade murada. Regensburg é escala de cruzeiros fluviais e está sempre movimentada com turistas. Lá também tem uma das mais antigas casas da salsicha do país. Vale colocar no currículo.

Continuando a viagem por estrada rural fica Landshut, cidade que fica distante apenas 70 km de Munique e cujo centro antigo está praticamente intacto há mais de 3 séculos.


Vinhedos, propriedades rurais, encantos que só uma viagem de carro pode proporcionar, nas descobertas de cada dia da viagem de férias

Munique – capital da Baviera, é para muitos a cidade mais bonita da Alemanha. Residência da dinastia dos Wittelsbacher desde meados do século 13, tem mansões e obras de arte de todos os estilos e épocas. Mais de 27 museus, com a antiga pinacoteca guardando uma das mais importantes coleções de pintura do mundo. São 50 teatros e 3 grandes festas: Starkbier (março), Oktoberfest (setembro e outubro), Carnaval (janeiro ou fevereiro).É sempre bom conferir datas de grandes festas e feriados, porque os hotéis ficam lotados, muitos restaurantes não funcionam e o comércio pode estar fechado. Nas datas especiais é conveniente fazer reservas de hotel com antecedência.