LUCIANA DYNIEWICZ
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Uma companhia brasileira foi comprada, em 1998, por uma empresa constituída no paraíso fiscal das Bahamas e da qual o presidente argentino, Mauricio Macri, é apontado como sócio, de acordo com denúncia apresentada na terça (23) por um opositor do governo.
O deputado kirchnerista Darío Martínez enviou à Justiça documentação sobre as atividades da offshore Fleg Trading. A empresa foi revelada em abril pela investigação “Panama Papers”, que divulgou informações sobre companhias de políticos, empresários e celebridades em paraísos fiscais em todo o mundo.
No caso de Macri, ele foi citado como diretor da Fleg Trading. O mandatário afirma que nunca havia declarado a empresa por ela ser de seu pai e por ele nunca ter recebido nenhum salário ou dividendo dela.
À época do escândalo, a Casa Rosada informou também que a empresa havia sido criada para investir no Brasil, mas que não havia concretizado o plano nem chegado a ter atividades.
Martínez, porém, afirma que a Fleg Trading adquiriu, em 1998, 99,9% da sociedade Owners do Brasil por US$ 9,3 milhões. “Essa compra faz da Owners a máscara da Fleg no Brasil”, afirma o deputado na denúncia.
A Owners, por sua vez, comprou papéis de outras três sociedades -Itron do Brasil, Martex do Sul e Mega Consultoria Serviços e Participações. Macri, entretanto, nunca apareceu como acionista de nenhuma dessas empresas. A Casa Rosada não se pronunciou sobre o assunto.