ANGELA BOLDRINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, João Doria, foi vaiado e se envolveu em confusão com servidores do Sinesp (Sindicato de Especialistas em Educação de São Paulo), nesta quinta-feira (25), no congresso da categoria.
Doria, que discursou após os candidatos do PSOL, Luiza Erundina, e PT, Fernando Haddad, foi recebido com vaias e gritos de “fora Temer” no auditório.
“Eu fiz questão de vir aqui hoje”, afirmou o candidato, que elogiou a participação dos adversários de disputa. O tucano, conhecido por fazer duras críticas ao PT e à gestão de Haddad, adotou tom conciliador em frente à plateia historicamente ligada à esquerda.
“O que está funcionando bem deve ser mantido”, afirmou ele, que disse que não mexeria em políticas por questões “ideológicas”.
A fala de Doria foi, no entanto, constantemente interrompida pelos presentes. Uma mulher identificada por colegas como Soraia Zanzine cortava a fala do tucano com palavras de ordem. Houve confusão entre ela, o candidato e assessores na saída do evento.
Zanine, que trabalha em Pirituba, segundo colegas ouvidos pela reportagem, gritava com o candidato, chamando-o de “golpista”, em referência ao apoio do PSDB ao governo interino de Michel Temer, considerado pelos partidários de Dilma Rousseff como ilegítimo.
“Muito bonito o pulôver, mas o senhor não tem experiência de gestão”, gritou ela.
Ao final da palestra, no entanto, Doria foi aplaudido por parte da plateia, e tirou fotos com apoiadores rapidamente na saída. “Ela não nos representa como gestores, é militante petista”, afirmou a servidora Altamira Batista à reportagem após o evento.
TECNOLOGIA
O candidato prometeu investimentos em tecnologia na área de educação.
Segundo ele, “mais do que uma lousa e um giz, o que uma criança ou adolescente quer é uma tela de computador na sua frente”.
Além disso, Doria afirmou que pretende ampliar a integração de escolas municipais e estaduais, geridas pelo governo de seu aliado Geraldo Alckmin (PSDB). O candidato também disse querer aumentar o diálogo entre as escolas da rede municipal, e citou entre as propostas a criação de grupos de WhatsApp para unir os dirigentes das escolas, “se não na cidade toda, por zonais”.