Uma dona de casa de 62 anos descobriu que está “morta” há 13 anos. É que ao tentar solicitar um benefício junto ao INSS, a dona de casa Luzia da Silva Santos teve acesso à própria certidão de óbito, que atesta seu falecimento em 2003. Moradora de Conceição do Coité, na Bahia, ela teria falecido em Atibaia, São Paulo.

A história é um tanto cômica, mas também reserva sua pitada de drama. É que por conta da situação indigesta a dona Luzia não consegue a pensão vitalícia a que tem direito desde a morte do homem com quem conviveu por mais de 30 anos.

Natural de Bom Jesus da Lapa, na região oeste da Bahia, a idosa afirma que jamais esteve em São Paulo. Ela também nunca esteve casada com o parceiro, mas em 2014 conseguiu na Justiça, após a morte do homem, o benefício diante do reconhecimento da união estável do casal. O INSS, inclusive, teria se comprometido até a pagar os vencimentos atrasados.

Depois de o acordo ser formalizado e homologado por um juiz federal, contudo, o INSS alegou que a jovem constava como morta e, por isso, não poderia conceder o benefício. Na certidão, contudo, embora apareça o mesmo nome, CPF e nome da mãe da dona de casa, o RG, expedido pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, é diferente.

Para o advogado da idosa, trata-se de fraude. O INSS, por sua vez, afirma que pode ter ocorrido erro por parte do cartório que informou o óbito ao órgão ou se tratar de um caso de homônimo.