Apesar da crise, das tarifas, do câmbio, do medo do futuro, ficou difícil negar a viagem de férias de seus filhos. Na base do sacrifício, lá vai a família pela primeira vez aos Estados Unidos. Conseguiram sobreviver ao inferno da papelada, do passaporte, principalmente dos vistos. Marcaram a data de embarque e a da viagem de volta. E ainda precisam fazer a lição de casa… É preciso aprender as coisas que você não deve fazer nos Estados Unidos. Porque na terra do Tio Sam, há regras que, principalmente los cucarachos devem seguir. Assim:


Ninguém no mundo come tão errado quanto o americano. E o resultado é dos piores

*Nunca cumprimente alguém com um abraço. O hábito tipicamente nosso e aquele tapinha nas costas serão recebidos com estranheza. Como se você fosse um ser de outra galáxia. O certo é apertar as mãos ou fazer um gesto com a cabeça, sempre guardando distância corporal.

*Não entre em um restaurante, nem mesmo no navio de cruzeiros, e vá se instalando. Nos Estados Unidos, em qualquer lanchonete , restaurante – ou no navio — , funciona a placa Wait to be seated ( Espere para ser sentado). O que quer dizer que um recepcionista vai encaminhá-lo até uma mesa determinada. Não esqueça dessa regra, se não quiser passar por folgado e até o vexame de ser removido da mesa que escolheu.

* Se alugar um carro, nem tente desafiar parquímetros ou placas de estacionamento proibido. Seu carro pode ser guinchado (towed away) e pode haver multa pesada na hora de recuperar o veículo.

* Sim, as grandes produtoras mundiais de tabaco continuam sendo empresas norte americanas. Mas fumar em público virou pecado, dos grande. O antitabagismo virou obsessão e os fumantes são discriminados com vigor, na maioria dos Estados. Campanhas colocaram os fumantes na mesma categoria dos viciados em cocaína ou maconha. Não insista.

* Talvez você vá sentir falta do pãozinho francês no café da manhã. É que os americanos consomem torradas (toast), muffins (bolinhos), croissants (meia lua folhada, copiada dos franceses, mas bem engordurada) e o tal beigel (rosca polvilhada de sal grosso).

* Procure não usar notas de cem dólares. Os americanos usam notas menores ou simplesmente pagam tudo no cartão. Com cara de turista sul americano, você verá que o caixa vai passar canetas especiais na sua nota de cem, provavelmente consultará o gerente e sempre ficará a idéia de que a cédula acabou de ser produzida na sua impressora jato de tinta. Cartões de crédito são melhor recebidos. Mas aí você vai pagar o IOF…

* Se pedir um chope, vai ficar vendo os outros beberem. É que nos Estados Unidos a cerveja de torneirinha tem o nome de draft bier. E você terá que pedir pela marca e o tipo. Chegue ao balcão ou fale com o garçon já sabendo o que quer beber. Em geral os bares têm umas seis opções de marcas para serem escolhidas.

* Mesmo que no Brasil esteja acontecendo a final do campeonato de futebol, desista de encontrar notícias a respeito nos jornais, nem mesmo nos especializados. A televisão também ignora o assunto. O futebol brasileiro para eles é soccer, tido como um esporte feminino. As americanas costumam ganhar campeonatos mundiais da modalidade.

* Faça as malas, arrume um sorriso ou use sua modalidade de cara de paisagem, quando tiver que enfrentar algum humor mais azedo nas autoridades de alfandega ou no check in das companhias aéreas. Afinal, você estará realizando o sonho de viagem das crianças.

* Cuidado com a alimentação, baseada em fast foodou junk food. Os Estados Unidos, que costumam ser parâmetro para muitos tipos Trump, têm os piores hábitos alimentares do mundo. O resultado todos já conhecem. E os melhores lugares para encontrar uma amostragem da boa forma física americana são os parques temáticos, onde ficam concentrados visitantes de todos os Estados. Mas em qualquer espaço – ruas, lojas, centros de lazer, shopping centers– o espetáculo não muito agradável estará garantido. Fique com os grelhados, as frutas e os legumes cozidos. Deixe o resto para quem gosta de excesso de peso.