Se já percebemos que as relações corporativas têm se tornado mais informais e descontraídas, o mesmo podemos dizer das correspondências no mundo do trabalho. Hoje em dia não há mais espaço para antigas formalidades que apenas dificultavam a comunicação e a aproximação entre as pessoas. Expressões que antes eram bastante comuns, como venho por meio desta no início de uma correspondência, ou certos de sua habitual presteza, subscrevemo-nos ao final da mensagem, hoje estão visivelmente em desuso.
Como boa parte da comunicação profissional se dá por meios eletrônicos (especialmente e-mails), as mensagens têm como principal objetivo a transmissão de um conteúdo de forma rápida e objetiva. Assim sendo, a linguagem deve ser bastante clara e sem delongas que tomam o tempo do leitor sem acrescentar conteúdo. Em e-mails, por exemplo, a mensagem é quase como um bilhete…

Mas faz-se necessário alertar para o bom senso, pois muitas pessoas confundem a linguagem informal e rápida com liberalidade para se invadir espaços ou ultrapassar limites na hierarquia organizacional.
Foi o que aconteceu em uma empresa de grande porte brasileira. O presidente da organização enviou um e-mail a todos os colaboradores com uma mensagem de parabéns pelo fato de a empresa ter sido citada em uma pesquisa internacional como exemplo de bom clima organizacional. Assim que recebeu a mensagem, uma colaboradora respondeu com muita informalidade, tratando o presidente como um colega qualquer de trabalho, com uma intimidade constrangedora, sem sequer chamá-lo de ‘senhor’: Caro Celso, aqui todos vestimos a camisa da empresa. É nóis! Vamos que vamos… Além da intimidade não concedida, a mensagem da colaboradora traz gírias e um linguajar exageradamente despojado, que não se admite no ambiente corporativo.
Uma das coisas mais importantes – e difíceis! – na comunicação atual é o discernimento de quando se pode ser informal e em que grau pode ocorrer essa informalidade. Em ambientes e situações profissionais, mesmo quando há liberdade e abertura para a coloquialidade, as pessoas devem te o cuidado de manter certa distância e formalidade, que, ao final das contas, representarão respeito pelas pessoas.

Adriane Werner. Jornalista, especialista em Planejamento e Qualidade em Comunicação e Mestre em Administração. Ministra treinamentos em comunicação com temas ligados a Oratória, Media Training (Relacionamento com a Imprensa) e Etiqueta Corporativa.