Uma equipe da UFPR fez um projeto de recuperação das margens do lago do Parque São Lourenço, em Curitiba, a partir do conceito de Engenharia Natural, com técnicas inovadoras que utilizam plantas para alcançar uma solução mais barata e ecologicamente correta. O projeto será apresentado em breve à prefeitura de Curitiba.

O professor Elvidio Gavassoni, de Engenharia Civil, explica que as margens do lago do Parque São Lourenço sofrem erosão e deslizamento, e com isso, a vegetação do entorno pode ser levada embora. Esses processos podem resultar em diminuição do espaço de uso da pista de corrida que fica ao lado do lago, além de impactos visuais e ambientais.
A Engenharia Natural, ou Bioengenharia de Solos, usa plantas como materiais de construção — e não apenas como ornamentos — para estabilizar sistemas naturais de áreas de conservação, causando menos impacto ambiental e se integrando melhor ao ambiente.
Gavassoni diz que o Parque São Lourenço tem três objetivos principais — conter as cheias do Rio Belém, servir como espaço de lazer e como área de preservação urbana. O problema das margens do lago acaba por impactar essas três funções.
A primeira vantagem da técnica é o seu aspecto estético — por ser natural, a obra parece invisível. Além disso, as plantas e materiais integrados à natureza se autorregeneram, diminuindo os custos de manutenção. De acordo com Gavassoni, a engenharia natural tem mais chances de sucesso, mais chances de ser integrada, mais chances de resolver o problema e custo inicial mais barato do que o da engenharia tradicional.