Depois de muito trabalho, a etapa da Educação Básica é concluída e agora surgem novos desafios. Jovens de 17 e 18 anos preparam-se para ingressar na universidade e conhecer, de fato, a carreira almejada.
O primeiro passo é comemorar, afinal, depois de uma rotina intensificada de estudos, nada mais merecido. Na sequência, é preciso ficar atento à matrícula, às disciplinas que devem ser cursadas, à carga horária, aos créditos, aos horários das aulas, entre outros.

Após a parte burocrática e as boas-vindas, os alunos entram nesse novo mundo, o da universidade. O primeiro grande desafio está na mudança de realidade. A Educação Básica é marcada pelo cuidado, principalmente da parte organizacional, do professor, dos orientadores, dos coordenadores em relação ao aluno. E, em um primeiro momento, o que pode assustar é que dentro de uma universidade o aluno deve ser autônomo, administrar horários, materiais, comparecimento em provas; ele tem que ter sua própria organização. Uma dica para melhor se adaptar é observar as mudanças e tentar se habituar a esse novo jeito de funcionar, criando cronograma por escrito que seja fácil de ser visualizado. É importante compreender que tudo o que foi recebido na Educação Básica tem que ser transformado em autonomia.

Outro ponto de atenção refere-se à idealização do curso/carreira. O ideal é que a desconstrução da idealização – que realmente existe – seja feita antes da escolha. Quando o aluno está se preparando para fazer a escolha profissional é bom que haja uma aproximação em relação ao que é a universidade e o curso que ele está escolhendo.
Mas como fazer isso? Pesquisando, entrando na matriz curricular dos cursos de interesse, conhecendo os cursos mais a fundo. Outra coisa que recomendo é que visite a(s) universidade(s) antes do vestibular. Vale assistir a uma aula, visitar instalações, fazer uma vivência no laboratório da faculdade e, quando for possível, conversar com alunos que já estão na universidade, com professores, coordenadores do curso e também com profissional no exercício da profissão, assim, a idealização é reduzida. Não que ela não exista, mas diminui, e aí fica mais fácil enfrentar as matérias mais teóricas dos dois primeiros anos.

Todas essas dicas são dadas no Programa de Orientação Profissional que algumas escolas de ponta, como o Colégio Marista Arquidiocesano, possuem. No nosso caso, o trabalho começa no 9° ano, com uma sensibilização, e continua mesmo após a conclusão da Educação Básica. Existe contato posterior ao ingresso na universidade. Queremos saber o que o aluno vai ter de conquista ou não conquista para continuarmos a manter o vínculo, sempre mencionando que cada um tem um tempo para escolher. Porém, algo é indiscutível: é importantíssimo que o adolescente se aproxime da escolha profissional, da carreira, antes do momento da escolha efetiva. Pesquisar antes, na 2ª e 3ª séries do Ensino Médio, diminuem e muito as chances de reescolha (algo que gera frustração e mexe na autoestima). É fato: conscientização e conhecimento evitam evasão.

Cristiane Paccola é orientadora profissional do Colégio Marista Arquidiocesano, do Grupo Marista