NATÁLIA PORTINARI SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Não é mais necessário provar que você não é um robô -um robô pode fazer isso por você, com uma tecnologia recém-lançada pelo Google. O novo sistema verifica que a pessoa não é um robô sem exigir nenhuma ação, apenas com “análise de risco” e “machine learning” [aprendizado de máquina], segundo a empresa. É o último passo da evolução do captcha, o teste com letras disformes que surgiu em 1997 para comprovar que havia uma pessoa na frente da tela do computador. Os captchas começaram a evoluir em 2008, quando a empresa reCaptcha pedia que os usuários identificassem textos de jornais e livros, o que realizava indiretamente a digitalização de arquivos. A reCaptcha foi comprada pelo Google em 2009. Em 2014, foi anunciado um novo método: bastava clicar em uma caixa que diz “eu não sou um robô”. A maneira que a pessoa navega na página, com o mouse e o teclado, era o suficiente para comprovar sua humanidade. Na última semana, foi liberada uma atualização em que o clique na caixinha não é mais necessário, algo que o Google chamou de “Invisible reCaptcha”.

“É invisível!”, anunciou a empresa já no ano passado. De 1997 até hoje, os robôs ganharam a capacidade de resolver quase todo tipo de captcha tradicional. Em 2016, pesquisadores da Universidade de Columbia apresentaram uma pesquisa demonstrando que conseguiram burlar 70,8% de todos os desafios de captchas do Google. O Google aposta no novo sistema, que faz um análise de risco. Quando não se sabe se o acesso vem de um robô, o reCaptcha volta aos métodos tradicionais, como os questionários com imagens. Não foram divulgados detalhes de como opera o reCaptcha invisível, nem se ele se baseia em dados externos, como estar logado ou não na conta do Google no momento. A novidade ainda não significa que o captcha pode ser declarado extinto, já que nem todos os sites usam a tecnologia do Google. No Facebook, por exemplo, há outro tipo de captcha. A palavra captcha vem da sigla em inglês para “teste público de Turing completamente automatizado para diferenciar computadores e humanos”. Diferente do teste idealizado pelo matemático Alan Turing, porém, é um robô que faz o teste para identificar seus semelhantes, e não um humano. Por isso, também é chamado de “teste de Turing reverso”.