RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Os quatro suspeitos pela morte do turista argentino Matias Carena, 28, já são considerados foragidos pela Polícia Civil. As investigações apontam que um deles embarcou para a Europa no mesmo dia das agressões. A Interpol foi notificada.
Carena foi morto na madrugada do último domingo (26), numa briga com brasileiros em frente a um bar, em Ipanema, zona sul do Rio.
Quatro suspeitos tiveram a prisão temporária decretada: Pedro Henrique Marciano, conhecido como PH, Valterson Ferreira Cantuária, conhecido como Tody Cantuária e ex-integrante do grupo de pagode Karametade, Júlio Cesar Oliveira Godinho e Thiago Noroes Lessa Silva, o Kadu Lessa.
As investigações apontam que Tody fugiu para a Europa no próprio domingo. Os outros três foram procurados em diversos endereços, mas não os encontrou, segundo o delegado responsável pelo caso, Fábio Cardoso.
A reportagem não localizou a defesa dos suspeitos até a publicação deste texto.
Na segunda (27), o delegado disse que Carena morreu em decorrência de uma pancada na cabeça. “A necropsia feita no corpo da vítima aponta que a causa mortis foi uma contusão no crânio”, disse ele.
A BRIGA
De acordo com a polícia, Carena estava com dois amigos quando se envolveu em um desentendimento com um grupo de brasileiros sobre o preço da conta cobrada pelo bar. Do lado de fora, as provocações continuaram e resultaram na briga.
O argentino levou um soco no rosto, caiu e bateu com a cabeça no degrau de uma loja em frente ao bar. Mesmo caído, foi espancado, inclusive com o uso de uma muleta. Ele chegou a ser levado pelos amigos ao Hospital Miguel Couto, mas chegou morto.
Carena era jogador de futsal do Círculos Unidos. “É com pesar que comunicamos a morte de Matias Carena, jogador da primeira divisão, em um confuso episódio no Rio. Matias chegou aqui com a mochila cheia de ilusões e em suas merecidas férias uns assassinos lhe arrancaram a vida. Pedimos apenas que compartilhem esta publicação para pedir #justicapormatias”, disse o clube em uma rede social.
A morte do jogador provocou repercussão em jornais argentinos e gerou apreensão entre turistas. Argentinos e americanos são os maiores grupos no Rio. Na alta temporada de 2016 e 2017, os argentinos representaram 20% dos 3 milhões de turistas estrangeiros que a cidade recebeu.
“Às vezes temos a impressão de que somos mais atacados por causa da rixa que existe entre os dois países”, diz uma turista argentina que não quis se identificar. “Mas quantos brasileiros morrem todos os dias?”, questionou seu marido. “Acho que a cidade é insegura para todos”, conclui.