A próxima sexta-feira (28) será de manifestações por todo o Brasil contra os projetos de reforma trabalhista e da Previdência. Em Curitiba, várias categorias confirmaram participação no movimento e um dia de paralisação. São professores, trabalhadores na indústria, metalúrgicos, bancários e até policiais civis. Outras ainda realizam assembleias nos próximos dias para definir a adesão ou não.

Motoristas e cobradores decidem nesta terça se param

Das categorias que já confirmaram a participação no dia de greve nacional estão setores que impactam o dia a dia, como os bancários e professores da rede estadual. Trabalhadores da saúde estadual também engrossam o movimento em Curitiba, assim como professores e servidores da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O dia de protesto nacional é convocado pelas centrais sindicais em luta unificada — CSP Conlutas, CUT, Força Sindical, CGTB, NCST, Intersindical, CSB, UGT e CTB. Em Curitiba, estão marcadas manifestações em grandes atos públicos. A principal acontece a partir das 9 horas na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico.

Depois da concentração, será realizada uma marcha até a frente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), na Avenida Cândido de Abreu e, em seguida, caminhada para a Praça Tiradentes, onde o arcebispo Dom José Antônio Peruzzo fará um pronunciamento. O encerramento será por volta das 14 horas, na Boca Maldita.

Mas também devem acontecer atos em frente de fábricas e montadoras na Cidade Industrial de Curitiba e região desde as primeiras horas da manhã. As mobilizações começarão logo de madruga nas fábricas com assembleias e a paralisação total dos trabalhadores. Além disso, os metalúrgicos estarão se concentrando nos principais atos que aconteceram com as demais categorias nas regiões centrais de cada cidade, diz comunicado do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e Região.

O dia de greve na sexta-feira também serve como início da preparação das comemorações do 1º de Maio, consagrado como o Dia do Trabalho em todo o mundo.

Pilotos e comissários em estado de greve
Em assembleia realizada ontem em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e Campinas, pilotos e comissários de voo decidiram decretar Estado de Greve contra a Reforma Trabalhista que tramita no Congresso. Uma nova assembleia será feita na quinta-feira para que a categoria delibere sobre a realização da paralisação, caso não haja recuos no texto do projeto de lei.
O Estado de Greve aprovado pelos trabalhadores é um alerta aos governantes e parlamentares, em respeito a toda a sociedade, de que a qualquer momento a categoria poderá deflagrar uma greve.
O Sindicato Nacional dos Aeronautas mais uma vez ressalta os enormes riscos à profissão de pilotos e comissários trazidos por esse projeto, impactando inclusive na segurança de voo, e pede aos congressistas que apreciem com atenção as propostas de emendas colocadas pela categoria.

Até aliados estão contra a reforma

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, defendeu ontem, em reunião com prefeitos do partido, que a militância engrosse os protestos marcados para o dia 28 contra as reformas propostas pelo governo. “Nós traremos a militância do partido para fazer o devido protesto, que já está convocado para ir às ruas no dia 28, protestar contra essa ignomínia que querem fazer com o trabalhador brasileiro. Não vamos aceitar isso”, disse em discurso.
A Executiva Nacional se reuniria ontem para definir o posicionamento de suas bancadas no Congresso sobre as reformas trabalhista e previdenciária. A sigla tem 35 deputados e 7 senadores. O partido, que já não vota fechado com o governo, tendia ontem a fechar questão contra os projetos propostos pelo governo. “Um partido socialista não pode se dar ao luxo das práticas convencionais”, emendou.
O atual presidente do PSB trava uma disputa interna com o grupo que defende a permanência do partido no governo. A sigla ocupa o Ministério de Minas e Energia.