LUIZ COSENZO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O goleiro Bruno teve o seu contrato rescindido com o Boa Esporte. Pelo menos é isso que prevê o acordo entre o jogador e o clube mineiro. “Caso isso [retorno à prisão] aconteça, o contrato rescinde automaticamente sem multa para os dois lados”, afirmou o advogado de Bruno, Lúcio Adolfo, logo após o goleiro assinar contrato com o Boa, no início de março. Na época, o presidente do clube, Rone Moraes, e o empresário do goleiro, Lúcio Mauro, também confirmaram a informação. Nesta terça-feira, o diretor de futebol, Roberto Moraes, irmão do presidente da agremiação, se negou a comentar sobre o acordo. “O que a justiça determinar tem que ser cumprido. É vida que segue”, disse Moraes à reportagem. A passagem de Bruno pelo time de Varginha durou menos de dois meses. Contratado no dia 10 de março, ele fez sua estreia dia 8 de abril. O seu retorno aos gramados não foi dos melhores. No segundo tempo da partida contra o Uberaba, o Boa Esporte vencia até que Bruno errou no único lance decisivo em que participou. O goleiro cometeu pênalti e levou cartão amarelo. Na cobrança de Bruno Henrique, ele nem sequer acertou o lado e o jogo terminou 1 a 1. Com a camisa do Boa, Bruno disputou cinco partidas pelo Módulo II do hexagonal do Campeonato Mineiro, equivalente a Segunda Divisão. Ele conquistou duas vitórias, dois empates e uma derrota. Sofreu quatro gols. RETORNO À PRISÃO Os ministros da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiram nesta terça-feira (25) que o goleiro Bruno deve voltar para a prisão. A decisão foi tomada por três dos cinco ministros que compõem o colegiado: Alexandre de Moraes, relator do caso, Luiz Fux e Rosa Weber. Marco Aurélio Mello, que havia concedido liberdade ao ex-jogador em decisão provisória, também faz parte da Primeira Turma, mas foi voto vencido. O caso foi ao plenário do colegiado para que os outros ministros referendassem ou não a decisão dele. O ministro Luís Roberto Barroso, que também faz parte da Turma, está em viagem e não participou da sessão. Condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo assassinato da amante Eliza Samudio, em 2010, Bruno está solto desde o último dia 24 de fevereiro após um habeas corpus concedido pelo ministro Mello. Embora tivesse sido condenado em primeira instância em 2013, Bruno aguardava, quatro anos depois, a análise de recurso pelo TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) – segunda instância. O CASO BRUNO Ex-goleiro de Atlético-MG e Flamengo, Bruno estava preso desde 2010, acusado de envolvimento no assassinato de Eliza Samudio. Ele foi condenado em 2013 a 22 anos e 3 meses de prisão, em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver contra a ex-amante, além de sequestro e cárcere privado do filho que ele teve com Eliza. O jogador recorreu da decisão, mas não teve recurso julgado. Ele estava preso por decisão de primeira instância há quase 7 anos. Na decisão tomada no dia 21 de fevereiro e publicada no dia 26 pelo Supremo, o ministro Marco Aurélio Mello julgou não haver sustentação jurídica para manutenção do encarceramento. Bruno responderá ao processo em liberdade