SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta quinta-feira (27) seu colega argentino, Mauricio Macri, e disse que “a Venezuela é uma bagunça”.
O conteúdo do encontro não foi divulgado, mas Trump disse que conhece Macri há 25 anos e que, na Presidência, serão “mais amigos do que nunca”. “Conheço Macri muito bem, é uma grande pessoa e um grande líder.”
Por sua vez, o líder argentino disse que sua visita aos EUA tinha como objetivo “construir relações mais fortes e de longo prazo entre os dois países”.
Trump vinha evitando se pronunciar sobre a crise econômica e política na Venezuela. Nas últimas semanas, se intensificaram episódios de violência em protestos contra o presidente Nicolás Maduro e, na quarta-feira (26), o governo venezuelano anunciou que pretende se retirar da OEA (Organização dos Estados Americanos).
A OEA vem encabeçando a pressão internacional contra as violações de direitos humanos na Venezuela e, pouco antes de o país anunciar sua retirada, o organismo havia convocado uma reunião de chanceleres sobre a crise no país.
Sobre a saída da Venezuela da OEA, Trump disse pretende esperar para “ver o que vai acontecer”. É a primeira vez que um Estado anuncia sua desvinculação da organização desde a sua criação, em 1948.
A Venezuela acusa a OEA de querer “intervir e tutelar” o país e diz que os governos de nações vizinhas que chancelam as iniciativas da entidade regional são “mercenários e lacaios dos EUA”.
MORTOS EM PROTESTOS
Subiu para 29 o número de mortos na onda de manifestações na Venezuela contra o governo Maduro.
Confrontos entre manifestantes e policiais em Chacao, na periferia de Caracas, deixaram um morto nesta quarta. A vítima foi identificada como Juan Pablo Pernalete Lovera, 20, estudante de economia que sofreu traumatismo craniano. Em San Cristóbal, no Estado de Tátchira, Efraín Sierra morreu após ser baleado na barriga durante uma tentativa de assalto em barricadas montadas durante um protesto na terça (25) à noite.
A ONG Foro Penal afirmou que, até a noite desta quarta-feira, 1.584 pessoas haviam sido detidas na série de protestos contra Maduro. Destas, 715 seguiam presas.
A oposição usa as manifestações para pressionar o governo a convocar eleições regionais, que deveriam ter sido realizadas em dezembro, mas foram adiadas. Além disso, os adversários de Maduro pedem a libertação de presos políticos e protestam contra o desabastecimento de alimentos e remédios.