NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, evitou comentários sobre os impactos na economia da delação dos proprietários da JBS com denúncias sobre o presidente Michel Temer. Disse apenas que “é hora de trabalhar mais, com serenidade”.
O banco é foco de investigações da Polícia Federal por aportes feitos na JBS. Na última sexta (12), funcionários da instituição foram alvo de mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva.
Nesta quinta, Marques participou da abertura do XXIX Fórum Nacional, tradicional evento promovido pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso.
Em sua palestra, ela enumerou sinais de que a econômica brasileira está se recuperando, como a geração de empregos em abril e o crescimento nas consultas sobre financiamento do banco.
Citou ainda o resultado de leilões de linhas de transmissão e aeroportos como um sinal de que o ambiente de negócios no país está melhorando.
Mas não fez referências diretas à crise aberta pela delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Disse apenas, ao abrir sua palestra, que “neste momento em que a gente está vivendo, é muito importante manter o foco, olhar para o futuro”.
Ela foi indicada por Temer para o cargo há um ano.
A presidente do BNDES também não quis fazer projeções sobre o impacto nas finanças do banco, que é sócio da JBS. “Estamos acompanhando todas as questões”, limitou-se a dizer.
Na terça (16), ela determinou a abertura de uma comissão para apurar as denúncias.
O grupo terá um prazo de 45 dias, renováveis por mais 45, para apresentar suas conclusões.