As temperaturas no Paraná deram uma nova virada. Depois de uma semana gelada com recordes de temperaturas mínimas, o final de semana já teve marcas mais amenas pela manhã e altas para a estação durante a tarde. Ontem, o Norte Pioneiro registrou máximas perto dos 30ºC. Curitiba, a Capital mais fria do País, teve máxima acima dos 24ºC, uma marca alta para a época do ano.

Segundo o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), uma massa de ar mais seca inibe a formação de nuvens de chuva nos próximos dias e um “bloqueio atmosférico” impede que as frentes frias avancem pela Região Sul. Isso significa que além de impedir a formação de chuva, a massa de ar aquecida também não deixa chegar as massas de ar mais frias típicas do inverno.
Essa situação é um indicativo do que se costuma chamar dde veranico. Essa condição deve durar até o final deste mês, ou seja, os próximos seis dias, no mínimo. Uma frente fria com chuva deve conseguir transpor a massa de ar quente apenas nos primeiros dias de agosto.
Ar seco — Essa condição de estiagem aliada ás temperaturas mais elevadas durante as tardes, provocam a redução da umidade relativa do ar. Ontem, ela já ficou baixa em áreas mais ao Noroeste e Oeste. Em Maringá a umidade bateu em apenas 27% e, em Toledo, no Oeste, foi de 25% — quase no limite entre o nível de atenção e alerta. Curitiba teve umidade mínima de apenas 36% no começo da tarde.

Depois das geadas, cresce o risco de incêndios
As geadas que se tornam mais frequentes nesta época do ano, somadas à falta de chuva, aumentam os riscos de incêndios em vegetações de áreas urbanas, rurais e florestais. A Defesa Civil Estadual, o Corpo de Bombeiros e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) alertam que a contribuição da população é essencial para prevenir incêndios.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, somente neste ano foram registradas 3.525 ocorrências. Julho é o mês com o maior número de incêndios – foram 1.013, com um ferido e sem mortes. Antes, o mês que com mais ocorrências era março, como 549 casos. Em 2016 foram atendidas 10.708 ocorrências de incêndios ambientais no Paraná, com oito feridos.
Historicamente, segundo o Corpo de Bombeiros, julho e agosto são os meses de maior incidência. Durante o inverno, com a diminuição das temperaturas e da quantidade de chuvas, o tempo fica mais seco e a umidade do ar cai muito. Isso torna o ambiente propício para mais incêndios, explica a responsável pela Comunicação Social do Corpo de Bombeiros, tenente Rafaela Diotalevi.
As geadas, acrescenta ela, também são cruciais para que os incêndios aumentem, pois queimam a vegetação, facilitando o processo de combustão.

Umidade do ar e seus níveis

Entre 21 e 30% – Estado de Atenção
Evite exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas
Umidificar o ambiente (vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água)
Permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas (se possível)
Consumir muita água

Entre 12 e 20% – Estado de Alerta
Observar as recomendações do estado de atenção
Nada de exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10 e 16 horas
Evitar aglomerações em ambientes fechados
Usar soro fisiológico para olhos e narinas

Abaixo de 12% – Estado de Emergência
Observar as recomendações para os estados de atenção e de alerta
Interromper qualquer atividade ao ar livre entre 10 e 16 horas como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência, etc
Determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados como aulas, cinemas, etc., entre 10 e 16 horas
Durante as tardes, manter com umidade os ambientes internos, principalmente quarto de crianças, hospitais, etc