SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O procurador-geral designado pela Assembleia Constituinte da Venezuela, Tarek William Saab, disse nesta quarta (23) que são nulas as acusações da antecessora, Luisa Ortega Díaz, ao ditador Nicolás Maduro e aliados.
Ele as considerou parte de uma campanha de descrédito contra o regime. “Essas supostas provas só teriam validade se ela as tivesse apresentado ao sistema de justiça [venezuelano].”
Sem apresentar provas, Saab acusou Ortega Díaz de arquivar processos contra corrupção, tráfico de drogas e direitos humanos. “Dez anos depois e fora do país você vem falar do que não fez e daquilo que foi cúmplice.”
E associou os arquivamentos à suposta rede de extorsão liderada pelo Germán Ferrer, marido de Ortega Díaz. A acusação, feita pelo número dois do chavismo, Diosdado Cabello, levou à ordem de prisão do dissidente.
“Aqui houve plena intenção de atuar manipulando provas para propiciar a extorsão e a proteção de grupos e empresas muito poderosas. E mais grave: o uso da investigação com fins seletivos e de vítimas para propaganda.”
Saab voltou a atribuir Ortega Díaz a coautoria das mortes nos protestos contra Maduro. “Cada uma de suas declarações levou a delitos, mortos que ficarão para a história da Venezuela.”
As declarações foram feitas após Ortega Díaz anunciar que Saab é citado em seis casos de corrupção ligados à petroleira estatal PDVSA. Ele não comentou as acusações.