O crescimento do mercado de Tecnologia da Informação nos últimos anos motivou uma grande valorização dos profissionais da área, o que, além de remuneração crescente, gerou um déficit de mão de obra para o segmento. Essa tendência deve persistir. Segundo um levantamento encomendado pela Cisco à IDC, haverá no país uma carência de 449 mil profissionais para as vagas existentes em TI em 2019. Essa demanda deve se concentrar em segmentos emergentes, caso do Business Intelligence e Big Data.
O aumento exponencial da geração e fluxo de dados das mais diversas fontes, as demandas relacionadas a armazenamento, descoberta, captura e tratamento de dados para que possam ser utilizados para agregar valor aos negócios e direcionar a tomada de decisões compõem vertentes que concentrarão os investimentos na área nos próximos anos.
Há pouco tempo, os profissionais de TI ocupavam basicamente funções de administrador de dados, administrador de bancos de dados, analistas de negócio e analistas de sistema, bem como suas variações. A especialização demandada nos últimos anos e que se intensificará daqui para frente englobará uma visão multidisciplinar, que passa pelo manuseio analítico de grande volume de dados, que proporcionarão mudanças no cenário produtivo.
Surge uma profunda valorização das carreiras de cientista de dados e o engenheiro de dados. Os cientistas de dados são os profissionais que utilizam técnicas matemáticas, estatística e algoritmos para elaborar soluções de problemas de negócio ou científicos. Atuam, por exemplo, com machine learning e análise preditiva. Devem possuir conhecimentos avançados em linguagens de programação e técnicas computacionais para lidar com grandes volumes de dados.
Já os engenheiros de dados aplicam o conhecimento em ciência da computação para criar sistemas e resolver problemas de processamento de dados em tempo real bem como manipular quantidades imensas de dados para o Big Data. Assim como os cientistas da computação, precisam ter bons conhecimentos em matemática, estatística e computação.
Há uma revolução em curso no mundo. Embora o país se mantenha na 69ª posição entre os 127 que figuram no Índice Global de Inovação, não há como fugir de uma realidade em que dados servirão para a tomada de decisões de empresas. Para que nossa economia não fique para trás, mais até do que hoje, serão necessários profissionais capazes de conceber e implantar tais projetos.

Sandra Puga é coordenadora do curso de pós-graduação em Business Analytics da Fundação FAT