LUIZA MELLO FRANCO
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Uma operação do Ministério da Justiça e Segurança Pública deflagrada nesta sexta-feira (20) prendeu quase 100 pessoas suspeitas de disseminar conteúdo de pornografia infantil e pedofilia na internet.
As prisões ocorreram nesta manhã, em 24 Estados e no Distrito Federal. Dois Estados —Amapá e Piauí— não participaram porque não conseguiram concluir as investigações em tempo hábil, mas devem fazê-lo nas próximas semanas.
Foram expedidos 178 mandados de busca e apreensão, que resultaram em 97 prisões em flagrante. A operação segue em andamento, por isso o número deve aumentar até o fim do dia.
São Paulo teve o maior número de mandados expedidos, 40, dos quais 25 já foram cumpridos.
Foram identificados mais de 151 mil arquivos com conteúdo de pedofilia —cenas de sexo explícito com a participação de crianças— que eram compartilhados entre os suspeitos.
A lei diz que apenas armazenar esse tipo de material já configura crime.
Os suspeitos tanto armazenavam quanto compartilhavam esse material. Em alguns casos, também o produziam.
“O próximo passo da investigação é ver qual era a relação entre eles, que tipo de conexão e colaboração havia”, disse o ministro Torquato Jardim em coletiva de imprensa.
A operação foi descrita pelo Ministério da Justiça como a maior que já houve no Brasil e na América Latina. A investigação durou seis meses.
Até então, a maior no Brasil havia sido a operação Carrossel 2, deflagrada em 2008, que resultou no cumprimento de 113 mandados de busca e apreensão em 17 Estados.
A operação desta sexta, intitulada Luz na Infância, foi coordenado pela Diretoria de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública e teve a colaboração de autoridades americanas e europeias, que contribuíram compartilhando software e arquivos.
As informações obtidas foram, então, passadas para as polícias civis dos Estados, que instauraram inquéritos e pediram à Justiça autorização para executar os mandados de busca e apreensão.