SILAS MARTÍ NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – O ex-presidente da CBF José Maria Marin, 85, começou a ser julgado nesta segunda-feira (6) em Nova York por sua participação no escândalo de corrupção da Fifa. Acusado de extorsão, fraude e lavagem de dinheiro, ele esteve no tribunal do Brooklyn para acompanhar o início do julgamento.

Na porta de um tribunal, Julio Barbosa, um dos advogados de José Maria Marin, fez a defesa de seu cliente. “Nós insistimos que o nosso cliente não é culpado, por isso chegamos até aqui.” O acusado e seus advogados foram recebidos na entrada do tribunal por dois homens com uma faixa de protesto. Eles gritavam “Marin na cadeia” e “acabou a corrupção no futebol”. “Vim protestar porque a CBF precisa ser voltada para o futebol. Ela tem milhões e milhões em seus cofres e não investe nos jovens”, dizia Moisés Campos, um brasileiro que veio a Nova York para protestar contra Marin, que é um dos três réus do caso que se declararam inocentes.

Nesta segunda, mais de 200 jurados começaram a preencher questionários que serão avaliados por advogados da acusação e da defesa. Doze serão escolhidos até o fim desta semana para compor o júri do caso que acusa 42 pessoas, entre dirigentes de futebol e empresários, de participarem de esquema que distribuiu até US$ 150 milhões em propinas durante negociações de contratos. Tanto a acusação quanto a defesa podem vetar eventuais jurados que possam ter algum viés sobre o caso. Seus nomes não serão conhecidos e eles serão escoltados de suas casas até a corte pela polícia, permanecendo incomunicáveis durante todo o processo, o que a Justiça dos Estados Unidos chama de “júri parcialmente sequestrado”.

Paralelamente, estão sendo julgado no tribunal Manuel Burga, chefe do futebol peruano, e Juan Ángel Napout, ex-presidente da Conmebol e ex-vice-presidente da Fifa, que, assim como Marin, declararam ser inocentes de todas as acusações. O processo de julgamento deve durar um mês e meio.