LUCAS VETTORAZZO
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A votação na Assembleia sobre o futuro dos deputados foi marcada por protestos e violência do lado de fora.
A manifestação, encabeçada em sua maioria por servidores do Estado, sindicalistas e estudantes, foi menor do que as do ano passado.
O clima, que era de insatisfação, rapidamente escalou para um confronto com a Polícia Militar, que respondeu com bombas e tiros de borracha quando um grupo tentou forçar as grades que cercavam a Assembleia.
A maior queixa dos manifestantes -além da crítica à esperada soltura dos parlamentares- era que não foi permitido acompanhar a votação das galerias do plenário do Palácio Tiradentes, onde fica o Parlamento fluminense, no centro da cidade.
Uma liminar pedida pelo Ministério Público do Estado chegou a ser concedida em favor dos manifestantes, mas a polícia, em grande contingente, não liberou o acesso.
Insatisfeito, um grupo passou a forçar as grades. O carro de som, de onde eram proferidos os discursos, enviava mensagens dúbias aos manifestantes. Ora o orador pedia calma, ora incitava à invasão.
A polícia reprimiu com violência o protesto. Uma servidora do Tribunal de Justiça foi atingida no supercílio e deixou o local com o rosto coberto de sangue. Um grupo ainda se posicionou na saída traseira do palácio, onde os deputados deixavam a sessão. Ali também, próximo à estação das barcas que levam a Niterói, a polícia usou bombas, atingindo pessoas que voltavam do trabalho.
A manifestação reuniu uma maioria ligada a grupos de esquerda, mas militantes de movimentos de direita também participaram, ainda que em minoria. Uma representante chegou a discursar no carro de som.