SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao menos cinco pessoas foram mortas nesta sexta-feira (17) em Nairóbi, capital do Quênia, durante uma manifestação da oposição que havia sido proibida pelas autoridades e foi reprimida pela polícia.
Milhares de pessoas foram às ruas acompanhar o trajeto do líder da oposição, Raila Odinga (que voltava de uma viagem aos Estados Unidos), do aeroporto ao centro de Nairóbi.
A polícia lançou gás lacrimogêneo sobre o comboio no qual Odinga viajava e usou jatos de água para impedir que os veículos chegassem ao distrito comercial.
Alguns manifestantes jogaram pedras contra a polícia. Dois veículos, entre eles uma caminhonete da polícia, foram incendiados.
Fotógrafos dizem ter visto corpos com marcas de bala; a polícia afirma, no entanto, que as vítimas foram mortas por multidões (que as teriam flagraram roubando e as teriam agredido) e negou ter usado força excessiva contra os manifestantes.
“Esses incidentes ocorreram antes que a polícia chegasse”, afirmaram em nota as forças de segurança.
Odinga culpou o presidente do país, Uhuru Kenyatta, pela violência.
“Minha raiva é contra aquele cara chamado Uhuru Kenyatta. Fui ao exterior… depois que vocês me deram as boas-vindas, ele enviou policiais para jogar gás lacrimogêneo contra vocês, para espancar vocês, para disparar tiros contra vocês”, afirmou, depois de dirigir até um local seguro.
RESISTÊNCIA NACIONAL
Odinga exortou seus correligionários a formar um “movimento de resistência nacional” contra o resultado das eleições presidenciais do mês passado, que deram a Kenyatta um segundo mandato de cinco anos com 98% dos votos, após Odinga boicotar a disputa.
Na ocasião, apenas 39% dos eleitores participaram da votação.
Tratava-se de uma segunda eleição, ordenada pela Suprema Corte do país após o primeiro pleito, realizado em agosto deste ano, ser marcado por uma série de irregularidades. Kenyatta também venceu aquela primeira rodada de voto.
A corte decidirá na segunda-feira (20) se irá anular a segunda votação.