LUIZA FRANCO, ENVIADA ESPECIAL
ANGRA DOS REIS, RJ, (FOLHAPRESS) – Milhares de turistas vão à Região dos Lagos no verão para ver as dunas de areia em Cabo Frio, fazer snorkel nas águas caribenhas da praia da Tartaruga, bater perna na rua das Pedras e festejar em boates cujos ingressos chegam a custar R$ 1.000.
O que muitos não sabem é que a região vem se tornando uma das mais violentas do Estado. Cinco das sete cidades que compõem a chamada Região dos Lagos estão entre as dez com mais mortes por arma de fogo em todo o Estado.
A região também é refúgio de criminosos. Lá foram presos três suspeitos de participação na invasão da favela da Rocinha, em setembro, e um homem que é tido pela polícia como principal líder da Família do Norte que ainda estava em liberdade, Kaio Cardoso dos Santos.
A região é historicamente uma das mais violentas do Estado, mas neste ano os números assustaram mais ainda. Não é à toa que a vizinha Macaé pretende abrir sua própria delegacia de homicídios para apurar o enorme volume de casos.
O crescimento desordenado é uma das causas para esse surto de violência. Em Cabo Frio, a maior cidade, 22% da população vive em favelas, a mesma proporção da capital.
A região fica no eixo mais violento do interior do Estado -Cabo Frio, Macaé e Campos representam metade dos homicídios no interior (mas só a primeira está na Região dos Lagos).
Diante do aumento de crimes de rua, o Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Búzios, cidade que recebe a maior parte dos estrangeiros que visitam a região, passou a agir de forma conjunta com a polícia para evitar assaltos na cidade. Comprou cem câmeras e montaram um centro de monitoramento. Em grupos de Whatsapp, os integrantes notificam a polícia das ocorrências.