São Paulo é conhecida como a terra da garoa, mas Curitiba bem que está tentando roubar o posto da capital vizinha. É que as duas primeiras semanas do ano estão sendo bastante molhadas na cidade, embora o índice de precipitação de chuva esteja até abaixo da média histórica para o mês de janeiro. Além disso, o cenário com céu encoberto e chuvas fracas, mas frequentes, deve persistir até o final do mês, pelo menos.
De acordo com o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), nos primeiros 14 dias do ano, em apenas quatro não chouveu. Para se ter noção do que isso representa, em janeiro de 2017 foram sete dias sem chuva no primeiro mês do ano, enquanto em 2016 e 2015 foram 16 e 10 dias, respectivamente. O recorde, contudo, pertence ainda aos meses de janeiro de 2010 e 2011, que tiveram apenas cinco dias sem precipitação.
Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar, explica que a situação se deve a uma massa de ar úmida e aquecida. Nesta época do ano, ela geralmente se encontra na região sudeste do Brasil, entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Desta vez, contudo, isso não aconteceu.
O que temos é um corretor de umidade da região amazônica que está mais frequente do que em outros anos. É comum termos o fenômeno da formação de uma zona de convergência do Atlântico Sul no verão e na primavera, explica o especialista.
Um dado, contudo, chama bastante a atenção. É que Curitiba, apesar das chuvas constantes, registrou um índice de precipitação pluviométrica de 35,6 milímetros até aqui, bem abaixo da média histórica de janeiro, de 193 milímetros. Isso se explica pelo fato de as pancadas de chuva e garoas serem frequentes e também pela má distribuição da chuva.
Vamos passar o mês inteiro com chuvas fracas, mas frequentes. A partir da semana que vem até vai dar a impressão de uma melhora, mas porque vão ser mais pancadas de chuva durante o período da tarde. O grande problema é que está sempre céu encoberto, nublado, chuvas fracas e irregulares. E isso não deve se alterar tão logo, finaliza Kneib.