Notícias de inundações e frios fora do comum servem com um alerta a cerca do modo como o ser humano tem tratado o meio ambiente. E, quem tenta fazer a sua parte neste contexto, as vezes se depara com dúvidas no dia a dia. Uma das mais corriqueira para quem costuma comprar produtos embalados é o descarte correto.
O Comitê Técnico do Instituto Paranaense de Reciclagem (InPAR) aponta a embalagem de carne com uma das que mais suscitam dúvidas sobre o modo correto de descartá-la. O plástico da embalagem deve ir para o ‘lixo reciclável’ ou para o orgânico? As bandejas de poliestireno (mais conhecido como isopor) precisam ser limpas antes de descartar?
O plástico é um dos principais materiais utilizados para embalar carnes e o tempo de decomposição deste material varia entre 100 e 500 anos, dependendo da composição. Alguns tipos de plástico são difíceis de reciclar, mas mesmo assim é recomendado que sejam descartados junto com os recicláveis, segundo o engenheiro químico e coordenador do Comitê Técnico do Instituto Paranaense de Reciclagem (InPAR), Paulo Henrique Quintiliano Moura.
Antes do descarte, é importante retirar os resíduos dessas embalagens plásticas, inclusive do isopor, para evitar o risco de contaminação dos demais recicláveis, mau cheiro e a atração de animais como ratos e baratas, que podem prejudicar as pessoas que manusearão os materiais durante o processo de reciclagem, explica. Caso a embalagem esteja muito comprometida, é melhor que seja descartada junto com o lixo comum, que deve ser destinado a aterros sanitários.
Descarte responsável

As embalagens cumprem um importante papel na indústria alimentícia, ao proteger e fracionar os produtos, o que possibilita que sejam armazenados, distribuídos e manuseados. Também evitam o desperdício, facilitam o acesso aos alimentos e trazem informações fundamentais no rótulo, como data de validade, composição e valores nutricionais.
Porém, é fundamental que recebam a destinação correta após o uso, como alerta o presidente do InPAR, Rommel Barion. Desde 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos define que todos têm responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e das embalagens. Portanto, empresas, poder público e consumidores precisam contribuir para que os resíduos sejam reciclados ou recebam a destinação final ambientalmente adequada. O conjunto de ações que possibilitam o retorno destes materiais às cadeias produtivas recebe o nome de logística reversa, detalha.
Moura destaca que a postura do consumidor final é a que mais influencia o mercado, uma vez que é dele que parte a demanda de consumo. Quando existe a procura por produtos e embalagens menos prejudiciais, as demais partes buscam se adequar às novas demandas. Isso começa no momento em que o consumidor opta por adquirir produtos mais sustentáveis, comenta.