Os quadrinhos da “Turma da Mônica Jovem”, que mostram a versão adolescente dos personagens criados por Maurício de Souza, atingiram uma marca recorde de vendas para o mercado de HQs. Juntas, as quatro primeiras edições da revista venderam mais de 1,5 milhão de exemplares. Com o sucesso o desenhista já se prepara para levar as aventuras do grupo para a televisão.

As histórias da nova linha de títulos da Turma da Mônica foram lançadas em agosto do ano passado, durante a Bienal do Livro de São Paulo. No mesmo dia, já dava para perceber que o quadrinho seria bem-recebido pelos leitores: eles fizeram filas para comprar a novidade, que chegou ao número seis em janeiro.

Os números de venda comprovam que a nova série é de fato um grande sucesso. A tiragem mensal do título, de 375 mil, em média, deixa para trás algumas das principais publicações do gênero nos Estados Unidos, o país das histórias em quadrinhos (que por lá são conhecidas como ‘comix’).

A revista do Batman, por exemplo, um dos personagens mais rentáveis para a indústria norte-americana, vende por volta de 100 mil por mês, enquanto que a HQ solo do Super-homem não chega nem a 50 mil.

Com o bom desempenho dos novos quadrinhos, Maurício de Souza planeja lançar as revistas no exterior e levar a turma para a TV. “Estamos negociando com a Cartoon para viabilizar a possibilidade de fazer um desenho com a Turma da Mônica Jovem. Também teremos uma reunião com representantes de um estúdio chinês, que pode coproduzir a série animada”, diz o desenhista.

Quando a primeira edição foi lançada, alguns fãs torceram o nariz por conta das mudanças no perfil dos personagens. Na série adolescente, Cebolinha só fala errado quando fica nervoso e não mais o tempo todo, pois fez tratamento com um fonoaudiólogo. Cascão aprendeu que é necessário tomar banho para ter uma vida mais saudável e Magali passou a se alimentar de forma mais saudável – embora continue a ser a mais gulosa do grupo.

Até o estilo do quadrinho é diferente daquele que foi consagrado pelas HQs tradicionais da Mônica. As aventuras do grupo de adolescentes são publicadas em estilo de mangá.

A chave para agradar aos novos leitores, segundo Souza, é usar a tecnologia para aprimorar a nova série de Mônica e seus amigos. “Entro no Orkut e em outros sites para ver o que os leitores estão achando da revista, para ver o que podemos melhorar”, conta.

O desenhista, que completa 50 anos de carreira em 2009 (o primeiro personagem foi o Bidu), também atribui o sucesso da revista a uma lacuna no mercado de quadrinhos. “A ideia de publicar a Turma Jovem era antiga, pois víamos que tinha espaço para um título jovem, com aventura e romance, no estilo dos mangás.”